domingo, 12 de maio de 2019

As Rosas Também Falam.




"Assim diz IAHWEH: Em Ramá se ouve uma voz, lamento, choro amargo; Raquel chora seus filhos, ela não quer ser consolada pelos seus filhos, porque eles já não existem" (Jr 31.15).

Ela tinha sonhos: ter filhos.
Queria vê-los crescer, constituir famílias e serem prósperos.
Toda mãe sonha isso.

De repente tudo muda.

Os filhos são arrancados de seus braços de forma abrupta e violenta.
Um exercito estrangeiro invade a Cidade e os mata e a outros, levam cativos.

Seu nome é Raquel e seu sobrenome é: choro amargo, lamentação e dor.

O texto bíblico retrata a invasão do exercito cruel de Nabucodonosor em Judá e o lamento das mães que perderam o contato com seus filhos. Uns, levados como escravos, outros, mortos ao fio da espada.

O nome simbólico dela era Raquel, mas poderia ser Raimunda, Francisca, Severina, Beatriz, Joana, sim, poderia ser qualquer nome.

Neste dia das mães, faço uma homenagem as mães que, assim como Raquel, perderam seus filhos e eles já não existem mais.

Mães que o choro, embora contido, ainda se derrama nos lençóis e travesseiros. Mães que hoje, gostariam de abraçar seus filhos e beijá-los, mas não podem.

Mães que tiveram suas casas invadidas pela violência em forma de drogas, de estupros e morte. 
Quero fazer menção das mães que tiveram a vida invadida por tiranos, traficantes, aliciadores de menores. Mães que perderam suas filhas para a prostituição, para o trafico de mulheres (...) Raquel ainda chora e seu choro é amargo.

Mães cujo filhos estão em penitenciarias, em hospitais (...) mães que nem sabem aonde os filhos andam.

Quero fazer menção de mães que perderam os filhos para o assaltante: filhos e filhas que vinham do trabalho, da escola, da casa da namorada, em fim! Filhos engolidos pelo Tirano Nabucodonosor.

Raquel chora e não quer ser consolada...

É um choro ruidoso, de lágrimas quentes e de peito dolorido.
Lágrimas revoltosas de uma mãe que carregou seu filho ou sua filha por nove meses em seu ventre e um ser cruel, tirou de seus braços.

Sim! Minha homenagem vai para essas mães.

Elas sabem sobre o amor e amar.

Raquel quer seus filhos de volta e elas não os terá.
A Dona Raimunda também.
A Dona Francisca também.

Ana Carolina Oliveira, chora, ela não tem mais em seus braços a doce, Isabella.

Glória Perez ainda chora a perda de Daniela Perez.
Cissa Guimarães ainda chora a morte de seu filho Rafael Mascarenhas.

Ainda existem mais, bem mais que não é possível colocar aqui.
A mãe que mora na favela e perdeu o filho para o crime.
A outra mãe que perdeu a Filha para o marido violento.

Tantas, tantas Raqueis!!!!

Raquel chora e não quer ser consolada.

Que neste dia, Deus, o Senhor que consola, abrace com seu Espírito todas as mães que assim, como Raquel, ainda choram.

Essa é minha mais sincera homenagem.