quinta-feira, 20 de julho de 2017

Filocalia (43)





Quem pode saciar a nossa sede senão a fonte?

(Leloup)

Descobri por esses dias que, depois de andar tanto, passar por várias estradas e finalmente encontrar o caminho, você acaba descobrindo a verdade que só pode ser descoberta depois de encontrá-la dentro de outras verdades.

É isso mesmo...

Há outras verdades além das minhas e devo respeitá-las e me colocar a escuta, dependendo, até internalizá-las e liberá-las por meio de aberturas existenciais para plantar relações saudáveis.

Tenho minhas verdades, mas não devo obrigá-las ao outro (...) a mim somente, sem tirania e neuroses - apenas deixo-as brincar dentro de mim - elas andam de um lado para o outro e me sorriem todas as vezes que nos sentamos e dialogamos.

...aniversários são ritos de passagem.

Você passa, mas os anos ficam para trás.

Durante esses 43 anos, minhas verdades foram geradas e cuidadosamente trabalhadas para nascerem em tempo certo - nem prematuramente (para não correr o risco da soberba) e nem após o período correto para nascer (afim de que não sobreviva) criando outro mundo sob meu olhar.

enumero-as agora...

Não basta ter conhecimento, é preciso ter sabedoria.
Não basta ver, é preciso enxergar.
Não basta reconhecer o erro, é preciso pedir perdão.
Não basta mudar, é preciso continuar mudando.
Não basta ser conselheiro, é preciso ser um caminho de alegria e paz na vida daqueles que passam por nós.
Não basta ter amor, é preciso doá-lo.
Não basta ter alguma coisa, é preciso ser alguém.
Não basta ter vida, é preciso ser vida.
Não basta fazer o bem, é preciso evitar o mal.
Não basta reconhecer a ferida que fez no outro, é preciso curá-la.
Não basta falar a verdade, é preciso ser verdadeiro.

Verdades que aprendi...

No entanto, elas são sementes que vão ficando pelo caminho - não as levo comigo, eu não tenho que levá-las comigo, elas devem estar dentro de mim.

43...

Ainda estou aqui...

"Feito de barro e não do aço.
...e não gosto de longe, gosto do abraço.
Não sou forte e nem fraco.
...vivo dormindo e acordado.
Ando a pé e descalço.
Sou nordestino cabra-macho.
Já fui solto, hoje tenho laço.
Hoje respiro, mas já fui muito cansado.
A vida já me foi muito percalços, mas Jesus tomou meu fardo.

Meu caminho não é de guerra, é de paz.
...já derrapei em muitas curvas, hoje não mais.
Já passei muita sede, hoje tenho uma fonte que me satisfaz.
Não preciso divulgar minha vida, não gosto de cartaz.

Se quiser ser meu amigo, não seja dissimulado.
...encoste, devagar, ande ao meu lado.
Não me minta, não me engane, não me tenha dó.
Seja integro, seja manso e tenha uma palavra só".


Já dizia o saudoso Rubem Alves: "Não basta viver (...) tem que ter beleza".

E como dizia Dostoiesvski: "A beleza salvará o mundo".

À Deus seja a Glória pelas bençãos são fim!!!

43 anos ...






terça-feira, 11 de julho de 2017

A Vontade de Deus e a Nossa (2)





“Mas aquele que, no seu coração, tomou firme propósito, sem coação e no pleno uso da própria vontade, e em seu íntimo decidiu...”
(I Co 7.37)

“Não nascemos para fazer alguma coisa, mas para sermos alguém”

(Leloup)

Na primeira parte desse artigo sobre a Vontade de Deus em nossa relação com Ele e com a vida que Ele deseja para nós. Falamos que, a Vontade de Deus está descrita, inscrita e escrita nas páginas da Escritura Sagrada, basta apenas irmos diretamente a ela e descobrirmos.

No entanto, existem certas decisões pessoais que cabem ao próprio individuo toma-las e é neste ponto que desejo manter-me aqui.

Queremos que Deus esteja presente em nossas vidas e o queremos participativo, mas as vezes, só as vezes, tenho uma ligeira desconfiança de que em certos momentos quando pedimos a Deus para fazer parte de nossas decisões pessoais, fazemos isso, muito provavelmente com a seguinte intenção: “Bom, vou fazer, pois consultei a Deus e não tem como dar errado”. 

O que queremos com essa atitude? Na verdade. O que queremos? Queremos que Deus nos conduza ou queremos alguém para responsabilizar caso as coisas não aconteçam como desejamos? Será que no íntimo, observe, estou apenas conjecturando, não estamos querendo instrumentalizá-lo a favor de nosso benefício? Será que não estamos querendo nos eximir das responsabilidades pessoais? Será que podemos fazer esse exercício e sermos honestos conosco e com Deus? Será que não estamos, com isso, atrás de alguém para culpa-lo por nossas frustrações?

É bom fazermos essas indagações pessoais para não corremos o risco de estamos sendo dissimulados, querendo fazer algo e consultando a Deus na direção exposta, fazendo assim um exercício de consciência para vermos onde vai terminar isso.

O apóstolo Paulo, fala de vontade própria e decisões que são tomadas no íntimo.

Se é uma vontade boa e no íntimo as decisões são legais ou ilegais, morais ou imorais, eu e você temos a total capacidade de discerni-las a luz da nossa própria consciência apegada as Escrituras Sagradas.

O apóstolo Paulo fala da boa consciência: “...até o dia de hoje tenho andado diante de Deus com toda boa consciência” (Atos 23.1). 

Embora, a estrutura humana tenha sido desorganizada pela presença do pecado, Paulo afirma que tem andado diante de Deus com boa consciência. Observe: isto é para quem anda com Deus. Será que eu tenho andado com Deus? 

Será que o meu andar com Deus, caso eu ande, tem produzido em mim uma boa consciência?

Paulo ainda fala de uma consciência que, tanto acusa quanto defende: “...dando disto testemunho sua consciência e seus pensamentos que alternadamente se acusam ou defendem” (Rm 2.15). Ele ainda fala que a consciência é um testemunho: “...O nosso motivo de ufania é este testemunho da nossa consciência; comportamo-nos no mundo, e mais particularmente em relação a vós, com a santidade e a pureza que vêm de Deus, não com sabedoria carnal, mas pela graça de Deus” (II Co 1.12). E ainda, o autor da Epístola aos Hebreus fala de uma consciência purificada: “Aproximemo-nos, então, de coração reto e cheios de fé, tendo o coração purificado de toda má consciência e o corpo lavado com água pura”. (Hb 10.22)

A consciência é uma boa aliada ou aliado, no momento de tomar decisões pessoais. No entanto, observe: a consciência que passou, passa e está passando por essa metanoia.

É a primeira da minha lista de dicas para se tomar decisões pessoais: a consciência apegada e metaforseada pela Escritura Sagrada.

A questão é: Como está a minha consciência? Como está a tua consciência? Como estamos?


Vou deixar você conversando com o texto...

quarta-feira, 5 de julho de 2017

A Vontade de Deus e a nossa.



“...mas procurai conhecer a Vontade do Senhor”. (Efésios 5.17).

“Antes de realizar uma ação ou uma obra importante, segundo o conselho do Evangelho, senta-te e pedi ao Senhor e vê se isto está em harmonia com a sua Vontade. Se está obra não te fizer progredir no amor, renuncia a ela”.

(Leloup)

Qual a Vontade de Deus? Essa pergunta é uma das mais feitas por todos que tem medo de fazer algo fora da Vontade de Deus.

Bom, quero apenas lembrar que essa pergunta, necessariamente gera outras perguntas que, dependendo da resposta, gerará outras perguntas. É um ciclo! Não há resposta fácil aqui e quem é inteligente, não se satisfará com respostas programadas, óbvias, do tipo das que já estão no formulário catequético, nas revistinhas religiosas e nos discursos ditatorialmente incorretos.

Do que estamos falando aqui na verdade? Da Vontade de Deus? Bom, o que queremos saber?

O apóstolo Paulo escrevendo a Igreja em Éfeso, instrui os membros a procurarem, a entenderem a Vontade de Deus, mas sobre o que ele está falando? Em que momento ele instrui isso? Observe como é importante um olhar andarilho sobre todo o contexto.

Queremos saber qual a Vontade de Deus, mas a Vontade de Deus sobre o quê necessariamente? Pois a Vontade de Deus já está revelada nas páginas das Escrituras Sagradas! Sobre isso, o conselho que lhe dou é: leia o texto bíblico até ele falar com você! A Vontade de Deus em relação a você e Ele, está contida nas páginas Sagradas.

Agora, se a busca da Vontade de Deus for aquela relacionada as nossas decisões pessoais, então, não será em um simples artigo que iremos dirimir essa questão, pois isso não é uma pergunta, mas uma questão. Qual a Vontade de Deus para isso...? Ou aquilo? Será que Deus quer que eu decida por A ou por B? Será que Deus quer que eu fique ou vá? Será que deixou ou não deixo? Será que pego ou não pego?

Observe: isso não tem haver, diretamente com a Vontade de Deus, mas com sua própria vontade. São questões de cunho bem pessoal e fala aos seus interesses pessoais! Que isso fique bem clarificado.

O que acontece é o seguinte: nós queremos que Deus esteja participando de nossas decisões pessoais. Sendo assim, a história muda. Não estamos tratando da Vontade de Deus, mas estamos tratando da nossa vontade e queremos alinhá-la a Vontade de Deus. Pronto! Acredito que seja isso.

Se quisermos saber a Vontade de Deus, devemos consultar as páginas das Escrituras. Agora, se quisermos saber sobre as nossas vontades devemos consultar a nossa consciência.
  •    Vontade de Deus – Bíblia.
  •    Nossa vontade – nossa consciência.

Agora, queremos tornar Deus participantes da nossa vontade, então vamos alinhar as páginas das Escrituras com a lei moral ou os princípios instalados em nossa própria consciência.

Qual será a Vontade de Deus em relação a uma semente plantada? Quando as nuvens se aglomeram e nublam, sinalizando chuva, qual será a Vontade de Deus? E se pela manhã, o Sol desponta no horizonte iluminando tudo, qual será a Vontade de Deus?

Qual será o real motivo de suas decisões? O que está por trás? O que lhe motiva a fazer o que você está prestes a fazer? Quais as verdadeiras intenções? O que está por trás do véu? O que está oculto e ninguém vê? De onde brotam os sentimentos? Para onde eles irão levar-te? Eles conduzem você para o topo de uma Montanha ou eles lançam você em um buraco escuro? O que você está para fazer, tem relação com amor ou com ódio? Tem relação com doar ou reter? Livrar ou aprisionar? Quais são as tuas verdadeiras intenções?

Essas indagações não devem ser feitas à Deus, mas a nós mesmos. Sim! Sem fingimento, sem máscaras, sem maquiagem, sem teatro, sem disfarces! Aqui, eu não devo consultar a Bíblia, mas a mim mesmo! Ao meu caráter e a minha própria consciência, caso, diga-se de passagem, eu ainda a utilize.
Como eu vou colocar Deus em uma situação que, inicialmente, observe, inicialmente tem haver diretamente comigo? Não! Não é a Deus que inicialmente eu devo indagar, mas a mim mesmo. Entende? A indagação deve ser feita à você, inicialmente falando. 
Eu não sei se você já observou, mas as vezes colocamos Deus em cada situação, não é verdade?

Existem certos “nãos” que não é Deus quem tem que dizer: é você quem tem que dizer. Ora, assim como existem certos “Sim” que não é Deus quem tem que dizer: é você que tem que dizer.

Entende?!

Diante disso, posso lhe oferecer apenas alguns conselhos meus para mim, que posso compartilhar com você e então, caso desejares levar para ti, fique a vontade...

Vou deixar você conversando com o texto.

Daqui a pouco coloco a lista...