quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Amargura e suas raízes

 


"...para que, entre vós, não haja homem, nem mulher, nem família, nem tribo cujo coração, hoje, se desvie do Senhor, nosso Deus, e vá servir aos deuses destas nações; para que não haja entre vós raiz que produza erva venenosa e amarganinguém que, ouvindo as palavras desta maldição, se abençoe no seu íntimo, dizendo: Terei paz, ainda que ande na perversidade do meu coração, para acrescentar à sede a bebedice".

Deut 29.18,19

"Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor, atentando, diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus; nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados; nem haja algum impuro ou profano, como foi Esaú, o qual, por um repasto, vendeu o seu direito de primogenitura. Pois sabeis também que, posteriormente, querendo herdar a bênção, foi rejeitado, pois não achou lugar de arrependimento, embora, com lágrimas, o tivesse buscado".

Hb 12.14-17


Alinhe os textos.

Observe a imagem que se desenha em sua mente.

Há um lado enormemente bom na exaustão dos estudos bíblicos: você ao estudar, descobre a verdade de certos termos utilizados, as vezes, fora do seu verdadeiro significado.

Os dois textos estão falando de um mesmo assunto. No entanto, um esclarece o outro. Um é a fonte para a compreensão do outro.

Por ventura você já experimentou ler os textos bíblicos e consequentemente seus temas a luz da própria bíblia? Já experimentou transitar entre as páginas das Escrituras e deixar de ser levado por gurus?

Os textos falam sobre a raiz de amargura.

O que é a raiz de amargura?

De onde vem a ideia do sentido de raiz de amargura?

O livro de deuteronômio fala sobre a raiz que produz erva venenosa e amaga.

O que patrocina a  a produção da raiz venenosa e amarga?

O texto responde: um coração que se desvia do Senhor cobiçando os deuses de outras nações ou adorando os deuses de outras nações. O texto de deuteronômio, ainda dirá o seguinte: Ninguém que abandone o Senhor, indo atrás de outros deuses (possibilidades que não seja ele) diga em seu coração que terá paz e que será feliz!

É o que está escrito, não?

O texto da epistola aos hebreus vai dizer que a raiz de amargura (o desvio do Senhor indo atrás de outras possibilidades que não seja ele) é contagioso!

Não deixe que ninguém lhe engane!

Vida é só no Senhor!

Existência pode ser em qualquer lugar.

Vida, Vida mesmo, só no Senhor!

Vivemos dias em que escutamos constantemente as pessoas dizerem que querem viver suas vidas, mas a Escritura nos afirma que Vida só se vive no Senhor!

Qualquer tentativa de felicidade fora da Felicidade que há no Senhor, é apenas um Paliativo, passa tempo, fingir que está tudo bem, dar satisfação social, colocar uma máscara de alegria quando na verdade se está triste!

Em Deuteronômio, Moisés diz que, ninguém diga que é realizado sem estar no Senhor e ninguém diga que fazendo o mau, estará feliz pois isto é engano!

O autor aos Hebreus vai dizer que esse tipo de engano é contagioso.

Quem anda com pessoas assim, acaba se contaminando com a raiz de amargura.

A raiz de amargura vem de uma erva venenosa e se instala no interior daqueles que acreditam que é melhor viver sem ser debaixo das Asas do Pai.

Há um sistema no mundo e ele é perverso.

Há uma nova torre de babel sendo construída e sua intenção é ferir os Céus!

Há uma sociedade, no escuro, fabricando um novo bezerro de ouro.

Há uma morte se vestindo de vida.

Há um amor vestido de anzol.

Há braços que escondem redes.

Não se engane...

Você não terá paz, se o Senhor não for a tua paz.

Para aonde estão lhe levando?

Quais conselhos você escuta?

Disso dependerá a sua sobrevivência.



J.R.S

Escrito na pandemia de 2020



sábado, 19 de setembro de 2020

A amizade no Contexto Filosófico

 


Sartre dizia que: "o inferno são os outros". mas Vinicius de Morais dizia que: "inferno é a ausência do outro".

Pura contradição. 

Tudo indica que para Sartre o outro era inferno quando tornava-se instrumento de perturbação, de agonia, de inquietação. Para Vinicius, o inferno era ausência do outro no sentido em que o encontro com o outro fosse produtivo e construísse amizades. O poeta Mário Quintana dizia que a amizade é um amor que nunca morre. Para a filosofia, a amizade pode nos ajudar a melhorar o endereço existencial, ou seja, a possibilidade que temos de melhorar as condições históricas de nossa existência. O momento histórico em que vivemos é muito propicio falarmos sobre amizades visto que vivemos num momento meio que cibernéticos onde a amizade relacional passou a ser a amizade virtual. A amizade como tema de discursão filosófica cabe bem na reflexão de Aristóteles que dizia: “A amizade pode ajudar os jovens a evitar o erro, auxilia os mais velhos na medida em que serão amparados em suas necessidades e os que estão em pleno vigor da idade”. Para Aristóteles, amigos são pessoas que andam juntas e por isso são mais capazes de pensar e agir juntas.

         O que torna a leitura desse tema tão significativo, a partir de Aristóteles são as três definições que ele apresenta sobre amizade. Para o filosofo Aristóteles o primeiro tipo de amizade é a amizade útil. São aqueles que fundamentam a amizade no interesse, amam-se por causa da utilidade que o outro tem. Este tipo de amizade ocorre principalmente entre os mais velhos. Segundo tipo de amizade é a amizade agradável. É justamente a amizade que produz conforto e faz bem, mas corre o risco de tornar-se interesseira. Terceiro tipo de amizade é a amizade ideal. É aquela que existe entre os homens que são bons e semelhantes na virtude, pois tais pessoas desejam o bem um no outro de modo idêntico, e são bons em si mesmos. Uma amizade desta natureza requer tempo e prática. Um desejo de amizade pode até surgir depressa, porém a amizade não. Considerando os fatos expostos, pode-se dizer que a amizade é um conceito aplicável a todas as formas de relações sociais. Segundo Aristóteles a amizade é mais importante do que a justiça. Ele diz que: “Quando os homens são amigos não necessitam da justiça ao passo que mesmo os homens justos necessitam de amizades; e considera-se que a mais autêntica forma de justiça é uma espécie de amizade. Para Aristóteles, o sumo bem é a ideia de felicidade, e ela para ser alcançada, necessita da ajuda de amigos virtuosos. Diante disso tudo o fato é que se nós nos esforçarmos em nossos encontros, a tendência é que serão momentos, fortalecimento de laços e amizades e, além disso, construiremos pontes de relacionamentos saudáveis. Para que a amizade seja saudável é necessário que o outro que está chegando me edifique e assim eu também o edifique. Na opinião da filosofa Maria Lúcia de Arruda Aranha, “Talvez não seja muito fácil encontrar verdadeiros amigos. Mas quando o temos vale a pena cultivá-los”.

         O filosofo brasileiro Leonardo Boff diz que a estrutura central do ser humano não é a razão e sim o afeto. Partindo desse pressuposto, pode-se então perceber que a amizade ocupa um lugar de destaque, sendo um dos principais bens que são necessários para a boa sociabilidade. Portanto, a existência do nosso encontro com o outro é uma excelente oportunidade para que possamos cultivar esse que é um dos maiores  bens, nossa amizade.