domingo, 27 de fevereiro de 2011

DO QUE REALMENTE PRECISAMOS?




A noite goteja a reflexão: O que eu realmente preciso?

Há uma mistura de sentimentos nesta pergunta, pois saber o que realmente precisamos não é tarefa que se faz apenas em sala de aula, mas é tarefa que a gente leva pra casa e fica mexendo nela de um lado para o outro.

Eu preciso da força e da fraqueza...

Preciso da força para recuar quando vejo espinhos cobertos de flores.
Preciso da fraqueza para entender que às vezes ser fraco é ser inteligente.
Preciso da força para controlar meus in-pulsos.
Preciso da fraqueza para compreender os meus limites.
Preciso da força para me equilibrar num ponto de interrogação sobre o que é bom ou mal.
Preciso da fraqueza para entender que sou barro e posso ser quebrado.
Preciso da força para juntar os cacos quebrados e ré-fazer-me.
Preciso da fraqueza para se deixar tocar.
Preciso da força para mexer naquilo que foi tocado.
Preciso da fraqueza para saber que posso voar.
Preciso da força para me manter em pleno vôo.
Preciso da fraqueza da ferida feita no amor que me fazia amar.
Preciso da força para acreditar que outros amores me farão amar.

Paradoxo: encontro da simplicidade com a complexidade.
A Lua e o Sol: um dorme e o outro acorda.
No entanto, ambos se amam no in-tervalo.

Dentre tantas coisas que precisamos, precisamos da poesia, que vem gotejando pela ponta das estrelas, anunciando que sempre é preciso amar-se. 



J.R.S
2011

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

A IDEIA DO DIA.






"Num meio-dia de fim de primavera tive um sonho como uma fotografia.
Ví Jesus Cristo descer a terra"

(Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa)



...e o Dia discursava à imensidão do mistério.
...e o Dia tinha a ideia.
No começo de tudo.
A ideia estava com o Dia.
A ideia, era o Dia.
A ideia transformou-se no discurso do Dia: palpável, misteriosamente agradável...

O Dia, com seu discurso iluminou a vida de todos os que estavam na escuridão de seus próprios pensamentos.

Na filosofia paira a pergunta.
Na ideia reside a resposta.

O Dia discursa, hoje e sempre.
Você pode ouvir?







J.R.S
2011

Ouvindo o discurso do Dia...
 

domingo, 20 de fevereiro de 2011

EU QUERIA SER IGUAL A ...


"Só Nós Somos Sempre Iguais a Nós Próprios"
(Odes de Ricardo Reis, heterônimo de Fernando Pessoa)



Se existe um periodo engraçado em nossa vida, esse período chama-se infância.
Eu me lembro do montão de personagens que eu gostaria de Ser quando crescer: Desde de Batman até o He-man (Se eu alguém mangar de mim, eu pego lá fora hein) passando por Homem-aranha e por ai vai...
Esses personagens mexiam com minha imaginação e haviam dias em que me sentia um deles. No entanto a vida passa às vezes lentamente e às vezes rápidamente e ainda às vezes lenta e rapidamente simultaneamente e os gostos e personagens vão mudando com o desenvolvimento da nossa personalidade. 

Bom, mudam os gostos e os personagens, mas a vontade de querer ser um outro parece que nunca muda.
Por que querer Ser um outro senão nós mesmos? Por que essa mania de querer ficar utilizando personagens para manifestar nossas, digamos, hum...deixa quieto, então.

Por que não nos aceitamos em nós mesmos e deixamos um pouco de nos aceitar no outro? Por que é mais fácil aceitarmo-nos no outro e é tão dificil aceitarmo-nos em nós? Os personagens mudam, mas o Ser é o mesmo.

É preciso mudar algo em nós mesmos, não no outro que insistimos em nos transformar.
Perda de tempo...
Perder tempo? Perder tempo é insisti no tempo que se perde.

Qualquer ajuste que tiver de ser feito faça-o no seu Ser, não no outro.
Precisa melhorar? Melhore em você e não fique criando personagens para manifestar a sua, hum...deixa quieto, então.

Seja você...
O melhor de você esta em você...
Em algum lugar, dentro de você esta você mesmo...

Eu desisti dos personagens em que eu manifestava meu desejo heroíco.
Transformar-me em mim mesmo já é muito trabalhoso.
Não quero que as pessoas amem um personagem, quero que amem o individuo.

As pessoas precisam amar individuos e gostar de personagens.
A in-versão disso é trágico!

Se ame, Se goste, se beije, se namore...

Amo o amor que há em mim por que o amor que há em mim é fruto do amor que me ama.

Você deve desejar ser igual a você mesmo (a).

Mude o que precisa ser mudado, mas não in-vente o que não precisa ser in-ventado.

Afinal de contas, "só nós somos sempre iguais a nós próprios". 

Bom, eu ainda não sei direito o que quero ser quando crescer, mas se eu puder ser igual ao meu Ser, já é o bom começo.




Abraço.

J.R.S
2011

...num desses dias quentes de ve-rão.