domingo, 11 de setembro de 2022

JESUS, JUDAS E OS CANDIDATOS EM PERÍODOS DE ELEIÇÕES: O DISCURSO SOBRE O “POBRE”.

 


“...quanto aos Pobres, sempre os tereis convosco...” (Jo 12.8)

 

O texto acima citado é um texto extraído do Evangelho segundo escreveu João, o apóstolo. Jesus em resposta a Judas Iscariotes que criticara uma mulher por ter derramado um vidro contendo perfume sobre a sua cabeça. Judas achara um absurdo tal atitude e disse que o dinheiro do perfume “desperdiçado” poderia alimentar os pobres. João diz que Judas disse isso “porque era ladrão”. Jesus afirma à Judas que “os pobres sempre estariam presentes com eles...”. Mais do que uma declaração, uma denúncia! Jesus estava denunciando a presença do pobre, não de forma preconceituosa, mas de forma a oferecer visibilidade ao pobre que por vezes era e é massacrado pela sociedade e principalmente por aqueles que detém o poder. A grande questão a ser abordada, inicialmente falando, é o discurso sobre o pobre a partir da fala de Jesus e o discurso sobre o pobre a partir da fala de Judas. Repito: João disse que Judas usou o “pobre” para disfarçar o seu lado meliante. Assim quando Judas toca no assunto do pobre, não é sobre o pobre que ele está falando necessariamente, na verdade, Judas está falando é que o dinheiro do perfume teria muito mais valor em suas mãos. O Discurso de Judas sobre o “pobre” é um discurso utilitário. O pobre é usual! Judas encontra no “pobre” um meio de ganhar dinheiro fácil. Para Judas o “pobre” é sinônimo de dinheiro desviado.

Em Jesus, repito também, o “pobre” é citado como uma denúncia do preconceito, da discriminação e do complexo de SUPERIORIDADE de um grupo de pessoas, principalmente gente da Capital, que olhava o pobre com desdém. Para Jesus o pobre não é necessário, não há necessidade de haver o pobre, porém, eles existem e isso não é motivo de orgulho.

O pobre hoje, em período de eleições, nunca foi tão necessário. Se não existisse o pobre, onde estariam os candidatos que se oferecem ao um cargo público, nas eleições? Em que eles apostariam? Qual seria o assunto principal? O discurso dos politiqueiros e da politicagem depende diretamente da existência do pobre, do menos favorecido, daqueles cujos necessidades básicas não são supridas.

O pobre no discurso político é necessário porque sem eles não há trabalho – quanto mais pobres, melhor. Será que a pobreza, se dependesse das políticas públicas, já não teria sido erradicada? Vamos falar de igualdade? Para aonde se dirigem os senhores candidatos a cargo público, quando adoecem? Em qual posto de saúde podemos encontrar os governadores? Em qual Hospital público os senhores Sanadores são tratados quando estão enfermos? Se os senhores buscam igualdade, porque não começar por baixo? Equiparem a saúde. Os salários dos senhores são equiparados aos salários da maioria da classe trabalhadora? Onde mora a igualdade no discurso dos senhores? Lutarão bravamente, não é isso? Quantos anos? Quantos mandatos serão necessários? Quanta verba pública será exigida para a tal igualdade acontecer? A segurança é um sonho, dos mais pobres, é claro. A Moradia? A habitação (...) são compatíveis? Que igualdade é essa que nunca chega? Mostrai as vossas obras em favor do pobre! O vosso gabinete será em uma área pobre? Haverá coerência entre a fala e a pratica? 

Há quem diga que a Política é a mãe da Ciência social, caso seja, ela é abortiva, preconceituosa e seletiva aqui, em nosso amado Brasil.

O Pobre no discurso político virou retórica, números, plataformas (...) deixou de ser gente, humano, carente, necessitado. O Político que anda nas ruas hoje, nesse período de eleição, em breve sumirá após ocupar o cargo tão desejado, mas e o pobre? Bem, se continuarmos com esse pensamento político, nas próximas eleições eles estarão presentes, atuante no seu papel principal: fundo decorativo do discurso político.

“O pobre sempre tereis convosco” porque o pobre é uma vítima, na maioria das vezes e não todas as vezes, entende? O pobre é na maioria das vezes, instrumentalizado para o progresso de gente interesseira que só visa o seu próprio ventre.

Que tal os senhores que ficaram milionários com a política, compartilharem um pouco que ganharam?

Jesus quando falou dos pobres estava com eles. Compartilhou-se, deu de si, não extraiu para si, mas deu de si. Os irmãos que se utilizam do nome de Jesus sem pedir-lhe autorização, fazem o mesmo? Os irmãos cristãos católicos e evangélicos que se candidatam à um cargo público fazem o mesmo que Jesus fez?

Senhores, senhoras, Jesus nem sempre os senhores tereis, por uma opção dele mesmo em não participar do discurso ortodoxo e não ortoprático da maioria dos senhores e das senhoras, mas, no entanto, os senhores e as senhoras possuem hoje uma oportunidade ímpar de encontrar Jesus nos pobres que fazem parte do vosso discurso político-social.

Aos governantes, aos candidatos a cargo público, um pequeno lembrete: Deus é o legislador do pobre e do injustiçado e os atos de corrupção ou atos corruptivos ou ainda, certas atitudes que levam a corromper outros, não ficará impune.