sábado, 28 de janeiro de 2012

Já Faz Um Tempo Que Ando Pensando

Pensando
Pensando



Toda definição é busca.
Toda busca é pelo sentido.
Toda busca pelo sentido é uma busca in-tensa.
Toda busca intensa pelo sentido gera expectativa.
Toda expectativa gera anciedade.
Toda anciedade gera desejo.
Todo desejo gerado pela anciedade, coloca-nos em caminhos bí-furcados.
Todo caminho Bí-furcado, gera uma escolha.
Toda escolha gera dúvida.
Toda dúvida pró-vem da vontade de ter certeza.
Toda certeza gera decisão.
Toda decisão gera consequências.
Toda consequência gera perguntas.
Toda pergunta gera uma resposta.
Toda resposta gera uma nova pergunta.

...e o mundo não pára.
O que não pára corre ou anda.
...e o correr ou andar,metamorfoseia o homem.
O homem muda...
...e quando o homem muda,
o mundo, muda.







J.R.S

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

EDUCA-DOR.





"Paulo, segundo a sabedoria que lhe foi dada, ao falar e escrever acerca destes assuntos, como de fato costuma fazer em todas as suas epístolas, nas quais há certas coisas dificéis de entender" (II Pe 3.15,16).


"O aprendido é aquilo que fica depois que o esquecimento fez o seu trabalho" (Rubem Alvez)


A muitos anos, falam que o grande problema do Brasil é o investimento na educação que é pouco. Não há investimento na estrutura, nos materiais didáticos, nos professores e as vezes nos próprios alunos.

Não preciso dizer agora o que todo mundo já diz: a sociedade, as comunidades, em fim, o mundo só vai melhorar quando houver educação de boa qualidade, tanto para quem ensina quanto para quem aprende. Quem educa, também precisa ser educado pois quem educa leciona educação e educação é nada mais nada menos do que a extensão do educador.

Quem se propõe educar, sabe a priori, que as pessoas quando chegam em sala de aula, às vezes estão des-informadas e precisam ser in-formadas. Eles não possuem uma boa qualidade de in-formação e os educadores que presumimos, são in-formados e devem atentar para isso.

Há certas coisas que se ensinam que são aprendidas, mas não são entendidas: pode-se aprender sem entender. Por exemplo, eu posso aprender a palavra metamorfose, mas talvez eu não entenda o que seja uma metamorfose. O educador precisa ensinar a palavra "metamorfose" e fazer com que o aluno entenda o que é a "metamorfose". As vezes há o acúmulo de in-formação em nossa mente, então se faz necessário deixarmos um pouco de lado o que aprendemos e entendemos, para buscarmos novos conhecimentos. Esse é o trabalho do educador: aprender, des-aprender, aprender, des-aprender...

No texto acima, o apóstolo Pedro fala a respeito dos ensinos de Paulo e da sabedoria com a qual ele lecionava, mas queixou-se de que eram ensinos dificéis de entender. Isso deve-se também ao fato de Pedro não ter tido uma boa educação, talvez ele não tenha feito as tarefas direitinho. Diante disso, ele teve que lidar com uma espécie de dor: a Dor Cultural.

Dor Cultural é aquela que precisa ter interprete de tudo na vida. As vezes é a falta de in-formação adequada para trocar certas ideias. Mas isso não impediu Pedro de lutar e melhorar a sua existência cultural.

No entanto há muitas pessoas na sociedade e nas igrejas que sofrem com esse tipo de Dor. O que fazer diante disso?

O que falo e digo, diz respeito mais aos professores e aqueles que de alguma forma tentam trilhar o caminho do ensino. Para ensinar precisamos voltar a ser criança.

Se estou falando sério?

Sim, estou. As crianças aprendem e entendem porque são curiosas, prestam atenção em tudo e vivem num mundo de descobertas. O problema de alguns professores é: eles imaginam que já sabem demais. Você já particpou de uma aula em que o professor entra na sala de aula como se fosse o senhor de tudo? Pois é. Esse tipo de professor precisar aprender com quem não sabe ainda de nada. 

O professor (independente do que ensina) precisa reciclar-se e levar assuntos novos dentro do assunto antigo para despertar a curiosidade dos alunos. Caso contrário, as aulas serão um verdadeiro "SACO".

Quando se trabalha com o ensino dentro de uma comunidade que sente a dor cultural, então o professor passa de um lecionador para um educa-dor. Ele não só apenas vai ensinar as pessoas, ele vai educar as pessoas a trabalhar e a sanar essa DOR cultural em que ela se encontra. Por isso o educador é tão importante na vida de uma sociedade.

É preciso conhecer um pouco os alunos antes de ensinar-lhes alguma coisa. É preciso aprender com eles, antes de lhes ensinarem qualquer coisa. É preciso descer até ao mundo deles, antes de incluí-los em nosso universo acadêmico.

Pensemos um pouco nisso.







J.R.S 

domingo, 8 de janeiro de 2012

Ele Recebia os Que Se aproximavam



"Aproximavam-se de Jesus todos os publicanos e pecadores para o ouvir. E murmuravam os Fariseus e os Escribas, dizendo: Este recebe pecadores e come com eles". (Lc 15. 1,2).

"Deus quer homens, não robôs" (Paulo Brabo).


Em princípio, vamos definir quem é quem nesta história.

Publicanos.

Os publicanos eram coletores de impostos que não eram bem vistos pelo povo. Eles eram considerados traidores.

Pecadores.

Os pecadores eram todos aqueles que não andavam de acordo com a cartilha comportamental tanto dos lideres religiosos quanto dos Fariseus e Escribas.

Fariseus.

Os fariseus eram nacionalistas e partidários que tinham um zelo excessivo pela Lei e mantinham uma vida de aparências. Eram legalistas.

Escribas.

Os Escribas eram os Doutores da Lei. Eles eram os interpretes da Lei que com o tempo tornaram-se mais amantes das tradições, costumes e da politica, do que da própria Escritura Sagrada.



No meio disso tudo estava Jesus.


Acontece que Jesus desenvolveu uma aproximação com os publicanos e pecadores que era completamente desaprovada pelos fariseus e escribas. Eles, os pecadores e publicanos eram uma classe desprezada e excluida por todos, principalmente pelo Clero oficial.

Jesus foi discriminado porque não somente recebia essas pessoas, mas comia com eles colocando-os em pé de igualdade na mesa. Isso não era admitido pela classe relgiosa porque um RAbino não podia ser visto no meio de gente como aquela. Jesus, no entanto, não preocupava-se muito com opinião deles e fazia questão de estar perto dessas pessoas.

O fato é que muito cedo em seu ministério, Jesus tomou uma decisão: não andar no meio da turma que elaborava a cartilha de regras comportamentais que nem eles mesmos cumpriam. Isso mesmo. Jesus decidiu não andar mais com as pessoas que se achavam o modelo ideal para a sociedade. Ele decidiu andar no meio de pecadores, pobres e publicanos. Esse tipo de gente aproximava-se dele e ele os recebia e ofereciá-lhes refúgio e abrigo espiritual. É mais simples receber quem se aproxima. Os que se aproximavam, eram pessoas cansadas, oprimidas e marginalizadas. Essas pessoas precisavam de Deus, mas tudo indica, que gente como os fariseus e escribas não precisavam de Deus pois acreditavam que estavam com ele sempre.

Sabe essas pessoas que se aproximam de Deus e se sentem santas? Pois é: os fariseus sentiam-se assim.

Jesus optou em não andar com pessoas que julgavam-se assim. Para quê estar com elas? Ele veio para os doentes e não para os sãos.

Os pecadores gostam de ouvir a mensagem do Reino, mas os santos, já sabem dela, embora muitas vezes não a pratiquem.

Jesus tomou decisões importantes em seu ministério, em sua vida intima, particular. Ele não preocupou-se com o que os OUTROS irião pensar, falar ou murmurar.

Penso que as vezes devemos fazer o mesmo.

Decidi.

Decidi andar com gente pecadora, para ver se consigo mostrar-lhes o Salvador.
Decidi andar no meio de gente torta, para tentar levar-lhes a mensagem do Carpinteiro de Nazaré.
Decidi andar com gente marginalizada: andar a pé, colocar os pés na poeira e visitar gente doente precisando de um sorriso.
DEcidi não participar da roda dos elaboradores de cardápio teológico.
Decidi não aderir a mensagem da teo´logia da prosperidade, mas opto pela mensagem do Evangelho que faz o Homem (a) prósperar na alma.
Decidi não ser garoto propaganda de nenhuma instituição religiosa, mas estou aberto a uma comunidade cristã que abriga, ajuda e abraça um pecador.
Decidi não me calar diante de gente que julga os outros pecadores e os classifica como desviados porque eles não vão à igreja enquanto eles vão para para igreja, mas ali não estão.
Decidi ficar longe de gente que não edifica a minha vida.

Decidi...
Sim, decidi.

Acredito que estou decidindo isso muito tarde, mas há tempo de mudar as páginas e as letras do que estou escrevendo existencialmente falando.

Decido porque não sou perfeito.
Decido porque estou cansado dos olhos julgadores de alguns que se dizendo "CRENTES", desprezam os que se acham fracos.

Não, não estou fundando nada.
Não quero fundar nada.

Acho que já existe muito "FUNDO" por ai.

...tesouros na terra.

Quero apenas e tão somente, tentar fazer um pouquinho, nem que seja de longe, o que Jesus fez. Não sei se vou conseguir, não sei...

Tentarei.

Todos os dias eu faço um esforço enorme para entender a discrepância entre o Jesus dos Evangelhos e o Jesus de algumas instituições evangélicas: Opto pelo Jesus dos Evangelhos e este, decidiu andar com pecadores, publicanos, prostitutas, doentes, pobres e ofereceu à eles uma oportunidade de serem gente.


Que Deus me ajude.







J.R.S