sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Passa/Passagem






Estamos todos em processo – Papel e caneta - as mudanças se impõem e exigem que haja metamorfose.

...o tempo é implacável.

Em cada olhada no espelho, as marcas se apresentam visíveis anunciando que o entardecer da vida nos convida para um pôr do Sol.

Não há mais tempo para promessas – há tempo para realizações.

Os anos nos fazem mais experientes. Mas também se mostram mais misteriosos e não oferecem pistas do que virá – a vida é bela por isso: nela mora o mistério.
A palavra ainda goteja a reflexão: do que precisamos?

Vez por outra precisamos limpar o caminho ´há muito entulho.

...deixar bagagem pesada para trás e não pegar outras.

Todos os anos, na passagem de ano, deixamos para trás o que se passou – na passagem deixamos – coisas que passam e insistem em passar todos os anos.

Parece que há coisas que se apegam na gente – coisas que na passagem, não passam – passemos.
Se queremos algo realmente novo, passemos (...)

Há sempre flores perto dos abismos durante a subida do monte, mas o medo só nos mostra o abismo– passemos do medo às Flores.

Há sempre estrelas quando estamos cercados pela escuridão, mas só conseguimos ver a ausência da luz – passemos da escuridão para as estrelas.

Há sempre uma música na solidão, mas vemos apenas a solidão – passemos da solidão para a música.

Há sempre uma descoberta libertadora na dor, mas vemos apenas a dor – passemos da dor para a libertação.

Há sempre algo que falta e há sempre algo de mais – passemos ao suficiente – ao equilíbrio no sopro e no espirito.

Transforme os olhos odiosos e o coração duro para não se transformar em defunto ambulante – que anda assim, exala mau cheiro.

Use o bom perfume de Cristo – a vida de Deus – a linguagem do lugar onde teu Senhor habita.

...a vida na morte que vivemos, pode ser apenas um pulo – há vida na vida onde não há tempo/espaço.

...ainda é possível viver num mundo amargo, sem perder a doçura.


2017 - Haja Paz e Igualdade


quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

A Amizade no Ciclo de Jesus


Vivam em mim. Venham morar em mim, como eu moro em vocês. Assim como o ramo não pode produzir uvas por si mesmo, mas apenas se estiver unido à videira, vocês não podem produzir frutos se não estiverem unidos a mim”.

(João 15.4 – Bíblia Mensagem - Tradução em Linguagem Contemporânea)

Aproxima-se o Natal (...)

Mesa farta, muita alegria – confraternização – as pessoas ficam mais sociáveis, não é verdade? Anos vão, anos vem e tudo continua exatamente como foi.

Natal é período (Já disse isso em outros Natais) de estreitar a amizade com Jesus! No Natal dos consumos não se estreita a amizade com Jesus – apenas lembram dele como que um susto – é, isso mesmo, como um susto.

Para ser Natal de Jesus é preciso viver nele antes de todos os Natais – é preciso construir uma amizade intima com ele.

Quem gosta de ser lembrado apenas no dia (abre aspas) do seu aniversário?

Viver em Jesus é acordar com ele todos os dias.

Durante o ano todo, quantas vezes você falou com Jesus?

(...) e não estou falando de falar no nome dele todo momento como quem cita um mantra ou fala um jargão – ou ainda, quando toma um susto! Estou falando de diálogo – amizade.

No ciclo de Jesus havia amizade e à estes amigos Jesus disse: “Vivam em mim!”.

Quem vive em Jesus desenvolve uma amizade que nunca acaba. O Poeta Mário Quintana dizia:

“A amizade é um amor que nunca morre”.

Neste Natal, juntemos as mesas e convidemos as amizades sinceras e construtivas, mas não vamos esquecer de colocar na mesa, junto conosco o nosso maior amigo: Jesus!




Feliz Natal com Jesus!

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Ensaio Sobre Felicidade III



Outro dia me perguntaram sobre Felicidade (...)

Sem sombra de Dúvidas que Felicidade é receber a Revelação de Deus através dos sentidos e daquilo que podemos sentir. É verdade também, que receber a Revelação de Deus através da nossa própria razão é algo interiormente satisfatório. Existe algo melhor do que, através da ação do Espírito de Deus, entendermos as Escrituras – quer dizer – entendermos naquilo que é possível ser entendido?

Felicidade é receber de Deus, em vida e na Vida, a beleza daquilo que Deus é e da vida que nos aguarda.

Você já parou no olhar de uma criança, que misteriosamente olha dentro dos seus olhos e sorri?

...já travou em um pôr do Sol de forma que perdeu o caminho de volta?

Você já se deixou perder em um jardim por alguns minutos?
Já fechou os olhos diante do cântico de um pássaro?
Coisas vinda de Deus para nós.
Deixa eu me alongar aqui (...)

...e um Açai na tigela?

Simples, não é? Já pensou em ficar ponta-cabeça feito criança inquieta?

Existe uma felicidade que não é líquida (...) uma que não é superficial – aquela que 
você não é obrigado a mostrar para todo mundo que é. Essa é a melhor felicidade.
Sabe aquela felicidade que você não precisa postar para receber curtidas? É justamente a melhor felicidade.

A Felicidade autêntica é aquela que você compartilha apenas com pessoas que realmente estão em você – moram em você com toda amizade, amor e carinho.

A melhor Felicidade é aquela em que você não se sente obrigado a ser.

...é aquele momento em que você não quer que acabe.

Quem sabe, felicidade não seja isto?

O que me diz?

Ensaio Sobre Felicidade II




Não é possível ser feliz sempre – já dizia Alberto Caeiro.

“...é preciso vez por outra ser infeliz para ser natural”. Dizia ele.

Existem casos em que a felicidade é completamente inútil.
Ora, a felicidade útil não vale por si mesma – ela sempre vai precisar de um estimulo externo. A Felicidade inútil vale por ela mesma.

As pessoas que vivem constantemente felizes são aquelas que muitas vezes se obrigam a viverem assim. Não respeitam suas tristezas, não respeitam as suas dores e se impõem uma carga que em uma hora ou outra virará uma bomba relógio.

O que é felicidade?

Os gregos por exemplo, diziam que Felicidade é um estante de vida que vale por si mesmo. A partir deste tipo de conceito é possível saber o que não é Felicidade. O Filosofo Espinoza dizia: “A alegria é uma passagem de estado mais potente do próprio ser”. Neste caso, para sermos alegres algo tem de elevar o nosso ser à uma alegria incomunicável em sua forma verbal.

O texto acima, no Evangelho de Lucas, afirma que Jesus sentia uma alegria incontida – o que é isso senão uma Felicidade exuberante? Para Jesus a Felicidade estava no fato de que, o Pai se revelou de forma simples aos simples e simplesmente deu a ele a alegria de revelar isso a quem ele quisesse. A Felicidade para Jesus, está na Revelação do Pai. Não se pode ser feliz sempre, diz Alberto Caeiro. Para ser Feliz é necessário uma passagem de estado mais potente do próprio ser, dizia Espinoza. Para ser Feliz Feliz é preciso receber uma Revelação do Pai, dizia Jesus.

A Revelação de Deus (Palavra) está diante de cada um de nós, todos os dias e no livro das Lamentações está escrito que suas misericórdias se renovam a cada manhã. Isso é fantasticamente aceitável, mas no mundo de hoje, extremamente inaceitável. As pessoas desejam produzir a sua própria Felicidade.

O que é Felicidade para você?

Onde encontrá-la?

A sua Felicidade sempre vem de fora? É necessário ter um estimulo externo? Para você ser feliz é necessário curtirem 1.000.00 mil vezes a foto que você posta na Rede Social? Você se sente melhor com isso? É mostrar o quanto você pode ser desejável? É mostrar o quanto você tem para dar? A sua Felicidade depende da aprovação do outro? Para você ser Feliz o público tem que gostar? A sua Felicidade é estar na Moda? É vestir a mesma roupa que aquela atriz ou aquele ator veste? É ter o último modelo de Iphone? A sua Felicidade é mostrar que o seu corpo está em Forma e que agora você pode ser aceito ou aceita na turma dos sarados ou das saradas? A sua Felicidade é mostrar que você possui um Bumbum grande, maior do que o das suas amigas? 

A sua Felicidade está em ir para uma academia ficar musculoso mais do que os seus amigos e com isso conquistar as adolescentes de plantão?

Onde está a sua Felicidade? Ela é concreta ou é Liquida? Ela resiste ou se desfaz? Ela depende de estímulos externos ou apenas de você mesmo? Você ama o que faz ou faz por fazer? Você é Feliz no que faz ou é obrigado a fazer?

O que é Felicidade?

Onde encontrá-la?

Você é Feliz com o que tem?

...é Feliz com o que não tem?

É Feliz porque os outros querem que você seja Feliz?
É Feliz a partir de (...)?
É Feliz independe de (...)?
É Feliz apesar de (...)?

Porventura já tinhas pensado nisto?

Sua Felicidade é um estado permanente?
...é passageira?

O que é a sua Felicidade?

Está com você? Está em você?

Felicidade...

Quero incomodar você com isso!

Olhe a vida ao seu redor e pergunte: O que é Felicidade?!

Ensaio Sobre Felicidade



Jesus sentiu nessa hora uma incontida alegria no Espírito Santo e exclamou: “Graças te dou, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas dos que se acham sábios e as revelaste a gente simples e novos na fé! Sim, Pai, foi dessa maneira que quiseste agir. “Meu Pai tudo me concedeu! Só o Pai sabe quem é o Filho, e só o Filho sabe quem é o Pai. O Filho pode apresentar o Pai a quem quiser”. Dirigindo-se aos discípulos em particular, disse: “Abençoados são os olhos que veem o que vocês estão vendo! Muitos profetas e reis teriam dado a vida para ver o que estão vendo e ouvir o que vocês estão ouvindo, mas não tiveram essa oportunidade”.


(Lc 10.21-24 – Linguagem Contemporânea)


Que tal falarmos um pouco sobre Felicidade? O que vocês acham dessa ideia? É boa? Então vamos lá. Permita-me citando um texto de Alberto Caeiro (Heterônomo de Fernando Pessoa).

Se eu pudesse trincar a terra toda E sentir-lhe um paladar,
Seria mais feliz um momento (...) Mas eu nem sempre quero ser feliz.
É preciso ser de vez em quando infeliz Para se poder ser natural...

Nem tudo é dias de sol, E a chuva, quando falta muito, pede-se.
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade Naturalmente, como quem não estranha Que haja montanhas e planícies E que haja rochedos e erva (...)

O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade, Sentir como quem olha, Pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica...
Assim é e assim seja...”.

Fala-se tanto em Felicidade nos dias atuais e são vários os conceitos, as opiniões, as sugestões – na verdade, variam os gostos e os desgostos no que diz respeito a felicidade.

O que é Felicidade? O que é ser Feliz? Há Felicidade? Se há, qual a cartilha de se aprender sobre Felicidade? Quais os passos? Você é Feliz? Eu sou Feliz? Cada um sabe sobre o que é ser Feliz? A Felicidade tem rosto? Se tem, qual o rosto da Felicidade? 

Perguntas que vez por outra se tornam questões.

Para alguns a vida tornou-se uma obrigação ditatorial: é preciso viver feliz nem que seja para mostrar ao outro que se é feliz mesmo que não haja felicidade em seu próprio ser.

Ser Feliz tornou-se obrigação para muitos.

As pessoas ao seu redor exigem que você seja feliz! Então, você depressivamente se ajeita de uma forma para se apresentar em público feliz da vida e as redes sociais servem também para este fim.

A pessoa posta uma foto que transpareça estar feliz e então todos veem aquela foto, curtem e acreditam que ela está feliz, quando muitas vezes aquela foto foi tirada na solidão de um quarto ou de uma sala onde não há ninguém ou nada. No entanto as pessoas não podem apresentar-se como são e como estão porque correm o risco de serem enxovalhadas pela sociedade.

Assim, é dureza ser feliz.


Sorrir por fora mesmo quando não se estar sorrindo por dentro (...) que triste. Às vezes vejo as pessoas se esforçando para mostrarem uma vida que não tem e não são. Daí eu percebo o quanto elas são infelizes ou são felizes infelizmente. Essas pessoas acreditam que devem ser felizes sempre! E isso torna-se um fardo pesadíssimo. O que fazer para ser feliz de verdade? 

O que é Felicidade na verdade?

sábado, 3 de setembro de 2016

Jesus Não Empresta o Nome DEle...





Sabendo que eles estavam mal-intencionados, Jesus pediu: “Mostrem-me uma moeda. Quem é este que aparece na moeda? Que nome está gravado nela”. “César”, disseram. Jesus disse: “Então, deem a César o que lhe pertence e a Deus o que lhe é devido”.

(Lc 20.24 e 25 – Tradução na Linguagem Contemporânea)

Vivemos dias de muita ebulição Política.

Este ano é extremamente eleitoral e determinará, claro, nas devidas proporções, as eleições futuras – tudo ou quase tudo se desenha neste momento.

Todo Cidadão tem o direito assegurado de candidatar-se a qualquer cargo Público, independente de sua Cor, raça, gênero, religião ou posição social.

Portanto, muitos que professam uma fé evangélica, candidatam-se a um cargo público neste período eleitoral – particularmente não tenho nada contra.

No entanto, gostaria de lembrar-lhes que Jesus é completamente independente de qualquer manipulação, seja do Poder Religioso ou Poder Político

Portanto, tudo indica, pelo menos pela leitura evangélica, que Jesus não empresta o nome dele a nenhum candidato a cargo público.

Assim sendo, todos os candidatos evangélicos possuem o direito de pleitear um cargo Público, mas não possuem o direito de usar o nome de Jesus para isto – a não ser que tal candidato tenha pedido à ele permissão e tenha recebido tal permissão para essa jornada, entendem?

Usem seus próprios nomes, suas próprias biografias e seus serviços prestados honrosamente a Sociedade em que vivem.

Deem ao Poder Político o Voto e a Deus e ao seu Cordeiro, o respeito, temor e adoração devidos.

Que Deus tenha Misericórdia da nossa Nação.


Paz seja sobre nós.

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Um Pedido As Vossas Excelências



As vossas excelências que usaram tanto o nome do Povo no processo de impedimento da Presidenta, importam-se mesmo com o Povo?

As vossas excelências se preocupam mesmo com os quase 12 milhões de desempregados (Estou na lista) que estão passando apertos terríveis?

As vossas excelências estão realmente preocupados com as dificuldades no SUS? Com a classe pobre deste País?

É sincero isso dos senhores?

Pois bem: diminuam os vossos salários em 60% e o restante apliquem em obras sociais. Pode ser?!

Outra: quando os senhores ou vossas famílias adoecerem, procurem o Sistema Único de Saúde para se tratarem ou tratarem as vossas famílias e isso dará uma valorização enorme aos postos de saúde do nosso País. Não acreditam nisso?

Passem a andar nas ruas: de carro, ou Bicicleta ou melhor, a pés mesmo – mas façam isto antes, durante e depois das campanhas eleitorais. Fica muito feio para as vossas excelências andarem nas ruas apenas durante o período eleitoral. É demagogo, fingido na verdade, é Hipócrita e passa uma sensação de ojeriza – entendem?

Não façam promessas que não vão cumprir – ou não deixe-as para cumprir quando estiver faltando dois meses para um próximo pleito. Façam isso não, é desonesto – criminoso.

Gostaria de pedir as vossas excelências, que no período eleitoral, não contratem carros de som para circularem nas vias e nas ruas causando poluição sonora – isso atrapalha a concentração dos profissionais da Educação neste País e nos seus respectivos Estados. 

Ninguém aguenta isso, senhores! Nem mesmo os que trabalham para os senhores em período de campanha eleitoral e muitos suportam, apenas porque estão ganhando algum dinheiro para completar a renda da Família tão sofrida com o salário Mínimo.

É apenas um pedido aos senhores, Vossas excelências!

O País anda tão sofrido e os senhores possuem responsabilidade direta ou indireta nisto.


Vasculhem as vossas consciências se é que as possuem e sejam honestos consigo e com os Eleitores.

Golpe? Crime?




Acompanhei o desfecho final de mais um capítulo da História Política do nosso País que desembocou no afastamento definitivo da Presidenta da República. Ouvi atentamente seu discurso, depois prestei atenção nos interrogatórios, fiquei atento a cada resposta (repetitiva por sinal, visto que as perguntas eram as mesmas) e cheguei à uma Conclusão parcial sobre o que aconteceu. Não sou especialista em Ciência Política, mas vou aqui, emitir a minha simples opinião.

Os acusadores usam o crime de responsabilidade Fiscal cometido pela Presidenta no exercício de seu mandato. Segundo alguns, a Presidenta cometeu fraude, tomou decisões erradas e não dialogou com o Congresso Nacional. Também foi posto que a Presidenta era de difícil acesso – mão de Ferro – não era muito de barganhar.

A defesa acusa os acusadores da Presidenta de estarem organizando aquilo que chamavam de Golpe Político, visto que, já havia sido provado que ela não havia cometido crime.

Crime ou Golpe? Eis a questão. Particularmente acredito que a Presidenta cometeu equívocos graves que levaram a Nação Brasileira a um caos econômico resultando em uma crise de desemprego sem precedentes. No entanto, também acredito que seus apoiadores, que transformaram o erro da Presidenta em Combustível para produzir o impedimento de seu Governo. Ora, com a base de apoio desfeita, não haveria como Governa o País, já que o Vice-Presidente viu isso como uma oportunidade de chegar ao poder. Isso é fato! Inquestionável! Todos viram isso de uma forma escancarada nos telejornais.

Por isso, o erro da Presidenta em alguma proporção, configura crime, mas a atitude dos aliados que se voltaram contra a Presidenta, configura Golpe Político. Alguém em sã consciência duvidará disto? Está tão clarificado que um leigo como eu percebi.

Portanto, para uns houve crime e para outros houve Golpe. Em suas devidas proporções houveram os dois atos. No entanto, acredito que houveram ações covardes na forma como fizeram. Ora, fizeram tudo em nome do povo, mas o povo não foi consultado.


Temos hoje um Presidente que não é Legítimo porque não foi escolhido Democraticamente (“) pelo Povo Brasileiro. Agora resta-nos dizer: “Valha-me, Meu Deus!”.

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Do Éden à Pós-Modernidade



“Depois, o Senhor Deus plantou um jardim no Éden, ao Oriente e ali pôs o Homem que havia formado (...) e o Senhor Deus o mandou para fora do jardim de Éden afim de cultivar o solo de onde fora tirado”.

(Trechos dos textos do Genesis 1-3)

Estava aqui pensando: o olhar estético do Homem no Jardim do Éden era mais apurado, sem mistura e com ausência de paralelos. Qual o conceito de beleza que o Homem tinha das coisas ao seu redor? Beleza plena – seu olhar não tinha ainda sido manchado, embaçado pelo desvio básico de sua essência. Os animais receberam nomes, as plantas, as árvores – tudo ao seu redor era cercado por beleza plena. O olhar do Homem era puro sem bifurcações.

No entanto, por causa de sua desobediência, o Homem foi posto fora do jardim – ele perde a convivência com o que é belo e a pureza de seu olhar. Agora, o Homem terá que conviver com o belo e com o trágico. A partir desse acontecimento, o homem terá que distinguir entre o belo e o feio, o bom e o ruim, o bem e o mal – o mundo tentará enganá-lo e ele terá que conviver com o contrário.

Herdamos isto – até hoje é assim. O Homem chega a pós-modernidade extremamente cansado do sucesso. Um passo de avanços e longas passadas de retrocessos. O que é belo? A maquiagem, as plásticas e os inúmeros adereços não permitem dizer. O que é real? O que é ilusório? Como diferenciar um belo rosto? Qual a associação entre o belo e o caráter? Qual o mais belo? O caráter ou a beleza corporal? Como as mulheres definem isso? Como os Homens definem isso?

O olhar do Homem tem sido roubado – observem a Televisão. Em instante, os jornais mostram uma realidade nua e crua e em poucos instantes, entra a propaganda oferecendo um caminho de felicidade superficial. De um lado, mostra-se a miséria, a fome, o crime e o sangue mau sairam da tela, já entra o comercial oferecendo um pacote turístico para um lugar tranquilo. Nos jornais, uma fila de desempregados e logo após, a propaganda oferece o lançamento do carro Y de última geração.

O que é real? O que é ilusório? Os jornais nos colocam na realidade ou pelo menos, naquele pedaço de realidade que eles nos doam e no mesmo instante, a propaganda trata de nos alienar-nos. Observem: tudo acontece ligeiramente como em um passe de mágica! É incrível! O cadáver mau saiu da tela da TV e rápido como um relâmpago, surge o redutor de Celulite.

O que é belo? O que é feio? O que é verdade? O que é mentira?

No Jardim, o Homem ficava estático, perplexo com tanta beleza pura, sem mistura – sem bifurcações. No mundo pós-moderno, o homem fica hipnotizado diante da TV sendo docilmente imbecilizado pelo ídolo de mercado.

Onde chegamos.

A vida acontece no intervalo entre o belo e o feio – o que é belo? O que é feio?

No Jardim, o Homem deu nomes aos animais – na pós-modernidade, o Homem é chamado por nome de animais. No Jardim o Homem era livre em sua liberdade – na pós-modernidade, o Homem é preso em sua liberdade. No Jardim, o Homem comia do fruto do seu trabalho – na pós-modernidade, o Homem come do suor do seu rosto. No Jardim, tudo era belo – na pós-modernidade, os homens têm que tornar as coisas belas por meios superficiais e paliativos.

Estamos avançando ou retrocedendo?

No jardim havia vida com valores – na pós-modernidade há os valores subjetivos de cada vida.

A pós-modernidade saúda o consumismo, o sincretismo e o prazer e despreza a economia, A falta de saúde e a miséria que se instala gradativamente no mundo.

O que é belo? O que é feio?

No jardim, havia cheiro de comunhão – na pós-modernidade há um odor de individualismo crônico.

O que é belo? O que é feio?

As redes sociais servem como termômetro? Aquela foto que possui Mil curtidas, refletem a realidade de quem ali estar? Ou aquela postagem serve apenas para acariciar o Ego ou para mascará uma lágrima necessitando de cura? Será que não precisamos de algo mais? Será que não precisamos de um Jardim?

O que é belo? O que é feio?





sábado, 6 de agosto de 2016

Whatsapp II





Deixe eu ser mais babaca ainda: E se do outro lado, na conversa contrária, do outro lado do WhatsApp, for o Diabo digitando com você?

É (...) As pessoas pensam que o Diabo que eu falo é aquele animalesco, de chifres e rabo, com cara sarcástica e mau (...) pensam que eu falo do Diabo histórico, aquele das Escrituras Sagradas, mas bem real....

Não, não é deste que eu falo...

Eu falo, na verdade, do Diabo que o outro que, consciente ou inconscientemente se submete a ser, quando, esse outro de alguma forma te convence a entrar no mundo maldito e inescrupuloso dele.
Aquele mundo de perversão, de pornografia ou até daquelas piadinhas de Duplo-Sentido, sabe? Aquelas coisinhas, por que são coisas e nada mais...sem sentido algum (...) só dominação da mente e atrofiamento da inteligência, sabe aquelas coisinhas?

Talvez esse seja o pior Diabo: aquele disfarçado de boas intenções.
Aquele disfarçado de pseudo-piedade.

Aquele de convite Fácil.

Aquele do “TEM NADA HAVER ISSO, ÓH”.

Aquele de rostinho de Anjo, mas com a lascívia de um Demônio.

Talvez esse seja o pior Diabo.

...o sutil...

Aquele que não alarma.
...que não tem cara de Diabo...sabe?

Babaquice minha, não é?

Sou babaca!

Se eu tenho WhatsApp? Sim, tenho...
Mas não converso com DIABOLOS...
Se não dou gargalhada com alguma piada engraçada? Claro que sim...
Mas nem só de piadas vive o ser humano.
Radicalismo?
Bom, se fossemos radicais mesmo, não teríamos tantos vivendo a margem da sociedade.
Se fossemos radicais mesmo, não teríamos um país tão corrupto e desigual.
Se fossemos radicais mesmo, não nos meteríamos em tantas encrencas via redes sociais, não é verdade?

Não, não somos radicais...
Deixa assim como está!
Eu sou babaca, velho, atrasado (...)
Daquele tipo de mentalidade arcaica, sabe?

...já não sou tão jovem assim.
Já não aprendo certas coisas com facilidade.
Alguém pode dizer: “A VIDA JÁ É TÃO DURA, PARA GENTE VIVER SÉRIO...É BOM RIR UM POUCO...”.

Eu concordo!

Mas só tem coisa ruim para a gente se divertir?

Às vezes é bom falar besteiras, contar lorotas, mas fazer disso um estilo de vida? As pessoas não podem ter uma conversa normal pelo WhatsApp sem ter uma Palavra de baixo Calão no meio? Será que para ficar bom, tem que ter uma SACANAGEM?

...é. E se o Diabo estiver do outro lado?

“...as más companhias, corrompem os bons costumes”.
...sempre.