A tempos os conteúdos, as chamadas disciplinas nas escolas, já carregam em si mesmas, a abertura singela e sincera a um certo diálogo. O ser humano é um ser histórico que com o passar dos tempos foi sendo educado segundo o seu tempo e sua época, vivendo e interagindo com o chão por onde ele mesmo pisa. A vida acontece na concretude da realidade, tornando assim possível e necessário essa interação entre História, Educação e Geografia, e não apenas esses, mas poderíamos incluir outras ciências tais como antropologia e a própria psicologia. O homem é fruto do meio onde vive e portanto, adapta-se ao momento, ao tempo, as épocas e situações. A cada época, apresenta-se de uma forma de acordo com os costumes aprendidos e com eles interage.
Durante a história, o ser humano
vem aprendendo com o espaço ao seu redor: ele inclui-se e exclui-se. É camaleão
nas convivências, metamorfoseia-se de acordo com suas necessidades. O ser
humano é, historicamente falando, ambivalente: conhecido e estranho, jardim e
pântano, estrela brilhante e cadente (...) O ser humano é linguagem pluriforme.
O ser humano é antropossêmico, um arcabouço de significados, projeto
existencial, um caminhante em processo de amadurecimento.
No campo da educação, o ser
humano é preparado para ser cidadão, no campo da geografia, é ensinado a lidar
com o meio onde vive, respeitando a terra, a natureza e o meio ambiente, onde
ele mesmo extrai o seu próprio alimento e, portanto, sustento. No campo da história,
o homem é a história: carrega grudado em si, partes da existência história e
cultural do outro.
Do diálogo entre os três saberes
(podem ser mais) nasce o caminho que sai de uma visão reducionista do homem,
para uma visão mais expansiva e aprofundada.
O ser humano caminha pela
história, faz história e é história caminhante. Carrega impresso em si, as
marcas de alguém que viveu o passado, presente e angustia-se pelo futuro. Luta
por espaço, mas gentilmente, dá lugar ao outro. Devora e devora-se, mas oferece
alimento. Poderíamos acoplar à essa tríade, a antropologia que, no campo
filosófico, dirá que o ser humano é aquilo que ele mesmo carrega.