sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

EDUCA-DOR.





"Paulo, segundo a sabedoria que lhe foi dada, ao falar e escrever acerca destes assuntos, como de fato costuma fazer em todas as suas epístolas, nas quais há certas coisas dificéis de entender" (II Pe 3.15,16).


"O aprendido é aquilo que fica depois que o esquecimento fez o seu trabalho" (Rubem Alvez)


A muitos anos, falam que o grande problema do Brasil é o investimento na educação que é pouco. Não há investimento na estrutura, nos materiais didáticos, nos professores e as vezes nos próprios alunos.

Não preciso dizer agora o que todo mundo já diz: a sociedade, as comunidades, em fim, o mundo só vai melhorar quando houver educação de boa qualidade, tanto para quem ensina quanto para quem aprende. Quem educa, também precisa ser educado pois quem educa leciona educação e educação é nada mais nada menos do que a extensão do educador.

Quem se propõe educar, sabe a priori, que as pessoas quando chegam em sala de aula, às vezes estão des-informadas e precisam ser in-formadas. Eles não possuem uma boa qualidade de in-formação e os educadores que presumimos, são in-formados e devem atentar para isso.

Há certas coisas que se ensinam que são aprendidas, mas não são entendidas: pode-se aprender sem entender. Por exemplo, eu posso aprender a palavra metamorfose, mas talvez eu não entenda o que seja uma metamorfose. O educador precisa ensinar a palavra "metamorfose" e fazer com que o aluno entenda o que é a "metamorfose". As vezes há o acúmulo de in-formação em nossa mente, então se faz necessário deixarmos um pouco de lado o que aprendemos e entendemos, para buscarmos novos conhecimentos. Esse é o trabalho do educador: aprender, des-aprender, aprender, des-aprender...

No texto acima, o apóstolo Pedro fala a respeito dos ensinos de Paulo e da sabedoria com a qual ele lecionava, mas queixou-se de que eram ensinos dificéis de entender. Isso deve-se também ao fato de Pedro não ter tido uma boa educação, talvez ele não tenha feito as tarefas direitinho. Diante disso, ele teve que lidar com uma espécie de dor: a Dor Cultural.

Dor Cultural é aquela que precisa ter interprete de tudo na vida. As vezes é a falta de in-formação adequada para trocar certas ideias. Mas isso não impediu Pedro de lutar e melhorar a sua existência cultural.

No entanto há muitas pessoas na sociedade e nas igrejas que sofrem com esse tipo de Dor. O que fazer diante disso?

O que falo e digo, diz respeito mais aos professores e aqueles que de alguma forma tentam trilhar o caminho do ensino. Para ensinar precisamos voltar a ser criança.

Se estou falando sério?

Sim, estou. As crianças aprendem e entendem porque são curiosas, prestam atenção em tudo e vivem num mundo de descobertas. O problema de alguns professores é: eles imaginam que já sabem demais. Você já particpou de uma aula em que o professor entra na sala de aula como se fosse o senhor de tudo? Pois é. Esse tipo de professor precisar aprender com quem não sabe ainda de nada. 

O professor (independente do que ensina) precisa reciclar-se e levar assuntos novos dentro do assunto antigo para despertar a curiosidade dos alunos. Caso contrário, as aulas serão um verdadeiro "SACO".

Quando se trabalha com o ensino dentro de uma comunidade que sente a dor cultural, então o professor passa de um lecionador para um educa-dor. Ele não só apenas vai ensinar as pessoas, ele vai educar as pessoas a trabalhar e a sanar essa DOR cultural em que ela se encontra. Por isso o educador é tão importante na vida de uma sociedade.

É preciso conhecer um pouco os alunos antes de ensinar-lhes alguma coisa. É preciso aprender com eles, antes de lhes ensinarem qualquer coisa. É preciso descer até ao mundo deles, antes de incluí-los em nosso universo acadêmico.

Pensemos um pouco nisso.







J.R.S 

Nenhum comentário: