sábado, 17 de março de 2012

...coisas que se perdem pelo caminho.




"Ainda uma vez, antes de prosseguir e deitar o olhar para adiante,
ergo, na minha soledade, as mãos para Ti, em quem me refugio, a
quem no mais fundo do coração consagrei solemente altares, para
que em todos os tempos não cesse de chamar-me a tua voz.

Depois se acende, gravada profundamente, a palavra: Ao Deus
desconhecido! A Ele pertenço, ainda que entre a turba dos malfeitores
eu tenha até agora permanecido.
A ele pertenço, embora sinta os laços, que em meio ao combate, me
puxam para baixo e que, embora eu tente subtrair-me, me arrastam para o seu 
serviço.

Quero conhecer-te, Ó Desconhecido que penetras até o centro de minha alma,
que atravessas a minha vida como uma tormenta, incompreensível, aparentado
comigo.

Desejo conhecer-te, e, inclusive, servir-te"


                                                                                                                 (Nietzsche)

Há caminhos sem volta: o de buscar Deus em qualquer outro lugar, antes de buscá-lo dentro de sí.

Há "Coisas que se perdem pelo caminho".
...não se perdem no caminho, mas pelo caminho.
Ao longo da caminhada.

Acredito que Nietzsche, perdeu-se pelo caminho.
Não sei ao certo e talvez nunca saberei ao certo
quando começa o processo dessas perdas, no entanto
a pior de todas as perdas é quando perdemos o Deus que enquanto
crianças aprendemos a amar.

O Deus que é o Papai do Céu é talvez o melhor Deus.
Jesus o Chamou de Abba, paizinho...

Que maravilha!

Paizinho.

É intimo.
É pessoal.
É tocável.
Aqui abre-se a possibilidade do abraço.

Quando se perde isso, Deus passa a ser
outra coisa:

Fogo.
Vento.
Poder.
(...)

...e o Abba vai perdendo-se pelo caminho.

"Quero conhecer-te, Ó Desconhecido...".
"Desejo conhecer-te, e, inclusive servir-te".

Dizia o Filósofo Friedrich Nietzsche...

Quantos não dizem isso hoje?

Há coisas que se perdem pelo caminho.
O tempo passa.

...e a estrada pela qual se foi ficou mais longa para voltar.
A que Deus amamos?
A que Deus desejamos?
...que Deus buscamos?

Será que é o Deus que Jesus chamou de Abba ou será que é o Deus que se constroi no Arraial para entreter o povo?

...vou deixá-los sozinhos à pensar enquanto eu vou ali ver um planeta que nasceu na Asa da Borboleta.







J.R.S

Um comentário:

Valéria de Queiroz disse...

Eu creio que nao se pode perder no caminho Voce mesmo. Li um livro do Pe Fabio de Melo (filosofo e psicologico) quem me roubou de mim, e foi maravilhoso como eu fui me perdendo nas relaçoes da minha vida e nem sabia mais quem era. Primeiro voce, Depois Voce e seu Paizinho querido e amado.