“Dizem por ai que há curvas muito íngremes de aprendizagem. Eu embarquei numa curva pronunciada de desaprendizagem” (Eugene Peterson).
Este ano completei 20 anos de Fé e 13 anos de Ministério Pastoral e há
muitas histórias a serem contadas, mas prefiro guardar algumas.
Nesse período eu vi, ouvi, senti, sofri, gemi, chorei, sorri, me diverti, me entusiasmei, me frustrei, me realizei, ganhei, perdi, vi a terra do topo da montanha, mas também vi o céu do mais raso chão de pedras.
Como é possível ver, meu ministério pastoral já passou por um variado
transito de sensações.
A verdade é que o Ministério pastoral se da entre a Bigorna e o martelo. Não é possível desassociar o Ministério
pastoral da própria existência como ser, como pessoa, como gente...
Não tive grandes frustrações em meu Ministério (até pq ainda exerço-o hoje) mas tive muita tristeza e uma boa parte dela se encontra na ilusão que tinha antes, de que o Ministério Pastoral, me ofereceria condições de viver uma vida digna e ele não me ofereceu condições de se viver uma vida digna: ele me ensinou.
Aprende-se mais no Ministério Pastoral do que em qualquer outro lugar.
Aprendi que as pessoas não são cálculos...
...não se conta-as como se contam cabeças de gado.
Aprendi que não é o Oficio que faz a pessoa, mas a pessoa que exerce o
oficio.
Pastor é Pessoa – é gente! Tem nome e endereço.
Aprendi que pastor não é máquina!
...que nem sempre ele “TEM QUE” estar por cima.
Aprendi no Ministério pastoral a sentir cheiro de gente, a tocar nas
pessoas sem que elas precisassem me dar nada, ou devolver nada – aprendi a
liberdade de amar...
“Amar é um deserto e seus temores” (Djavan).
Aprendi que não preciso ser forte todo tempo.
Aprendi que não preciso ser um “Ser” Inabalável todo tempo.
Aprendi a conhecer minhas fraquezas e minhas melhores imperfeições.
Aprendi que cair não é o fim...
...e que levantar não é tudo!
Aprendi a não fazer pose nos púlpitos.
...não sei fazer caras e bocas – entende?
No Ministério pastoral aprendi a amar as Escrituras como texto de Deus e
não como um livro de consultas ou caixinha de promessas ou ainda, objeto de
decoração na casa.
Aprendi a mostrar a minha cara! Não existem máscaras aqui – não sei usar
máscaras...
Minha cara é feia o bastante – rs!
Meus olhos já viram muita gente chorar em meu ministério pastoral – e
eles choraram também.
Meu sorriso, já viu muita gente sorrir – e ele sorriu também.
Aprendi no ministério pastoral que o dinheiro não é tudo – liberdade e
boa consciência diante de Deus e dos homens, sim!
Ganhei amigos.
...tive pouquíssimas pessoas que não gostaram de mim – ninguém é
perfeito.
Também magoei...
Magoaram-me também.
Mas não existem magoas hoje!
Bom, escreveria um livro sobre o meu Ministério Pastoral...
Hoje em dia o que mais me doí é ver a deturpação que gente Cínica faz
das Escrituras, mas essa dor eu guardo pra mim por que uma boa parte da Igreja
Evangélica pouco se importa com isso.
No demais:
“Ando devagar por que já tive pressa e levo esse sorriso porque já
chorei demais.
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe, só levo a certeza que
muito pouco eu sei: nada sei. Conhecer as manhas e as manhãs, o sabor das massas e das maçãs. É
preciso amor pra poder pulsar, é preciso paz para poder sorrir, é preciso a
chuva para florir. Penso que cumprir a vida seja simplesmente compreender a
marcha e ir tocando em frente...” (Almir Sater e Renato Teixeira).
Paz seja sobre ti!
Dedicado ao meus amigos estejam eles aonde estiverem...
Nenhum comentário:
Postar um comentário