quinta-feira, 29 de maio de 2014

A VioLência Como Reconstrução do Mal



É complexo fazer uma leitura da Violência que atinge nosso Estado, nosso País, nossas ruas, nossas vilas, nossas Vielas...

A leitura deve ser feita, não de uma forma reducionista, mas de uma forma ampla, critica e imparcial. Se fizermos assim, descobriremos que a causa da Violência é detectada a partir de um conceito social e religioso da movimentação agressiva que caminha pela nossa Cidade, e o conceito de Violência que vem a minha mente neste exato momento é: "A VIOLÊNCIA COMO RECONSTRUÇÃO DO MAL". E  aqui, quando falo do Mal, não falo apenas no âmbito religioso-metafisico, mas também no sentido social-politico.

No âmbito Religioso-Metafisico as estruturas da Maldade estão todas formadas, enfileiradas com uma unica intenção: Causar o Caos!

O Proposito de Lúcifer, ele como representante desse Mal-Metafisico, foi, é e continuará sendo, destruir o Ser-Humano como Imago Dei promovendo assim, aliás, aproveitando assim, todas as brechas que lhes forem oferecidas. 

O mal em Lúcifer ganha forma, ação, cor de um tom negro tão perverso, que ele mesmo odeia-se por ser criatura de Deus. Por isso, fará de tudo para levar seu plano de destruição até as últimas consequências. Nesse contexto, entra o assunto da BATALHA ESPIRITUAL que nos arraiais evangélicos é tão pregado e pouco discernido, mas isso é uma outra História que vai virando estória.

No âmbito Social-Politico, o que vem acontecendo em nosso País é alarmante e já fez tempo que essa situação vem se arrastando. O Estado tenta de alguma forma controlar o caos estabelecido, mas vem falhando porque o Poder-Público limita-se a fazer o urgente esquecendo-se do mais importante! Não se pode combater a violência sem uma edução forte! Sem uma Politica de Educação bem Estruturada, sem uma Politica de Lazer para o Jovem que seja eficiente [...] O Estado visa o Macro, esquecendo do Micro. Assim, não adianta colocar Policiais nas ruas, sem colocar Professores com Salários Dignos nas Escolas! Não adianta ter uma Politica de Segurança bem elaborada nos power points e nas salas escolares, um professor vai lecionar desmotivado! Em nosso País existe uma inversão de valores absurda e por mais que tenha melhorado, temos ainda uma má distribuição de renda hedionda! Criminal! Grotesca e vergonhosa! O Sistema cambaleia como um Bêbado prestes a cair definitivamente.

E o que faremos? Em quem Confiar? Para onde irmos?

As Igrejas Evangélicas que deveriam ser uma alternativa, uma boa parte delas, repito! Uma boa parte, não são todas! Mas uma boa parte delas, não possuem mais influencia positiva na sociedade visto que o seu foco mudou. A Igreja, na verdade a minoria se esforça para tentar ajudar, mas seus esforços não tem sido suficiente, embora acredito que essa minoria deva continuar até o Dia em que o seu Redentor, Nosso redentor, venha buscar-nos.

No entanto, em sua maioria, as igrejas se desviaram de seu principal propósito e isso torna tudo mais difícil.

O que faremos? Como agiremos? A solução está tão distante assim? Ora minha gente, se Lúcifer tem seu reino demoníaco maleficamente coordenado, se as estruturas Politicas estão comprometidas com o ídolo de mercado e se as Igrejas evangélicas (uma Boa Parte) estão dançando ao redor do Bezerro de Ouro, respondam-me: Onde nós iremos?! 

É preciso discernir as forças satânicas por trás do sistema politico e é necessário que as Igrejas venham unir-se e declarar Guerra a essa RECONSTRUÇÃO DA MALDADE EM FORMA DE VIOLÊNCIA! Caso contrário, não sobrará nada!

Vou tentar fazer a minha parte orientando a Comunidade que está sob a minha responsabilidade e estarei aberto a parcerias com outras Comunidades e em Escolas Públicas e Particulares. Precisamos defender os jovens e isso se faz com orientação, educação e direcionamento.

A Violência atinge a todos!

Pense nisso!





J.R.S

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Páscoa Entre Amigos



“...tenho desejado ansiosamente comer convosco esta Páscoa, antes do meu sofrimento” (Lc 22.15).

Deus mora na Saudade, ali onde o amor e a ausência se assentam” (Rubem Alves)

Sobre a Páscoa tantas coisas poderiam ser ditas, escritas, inscritas, cantadas, poetizadas, lembradas...
Que tal falarmos do principal? Com qualquer escrita, com qualquer ins-crita, com qualquer canção, com qualquer poesia e com qualquer lembrança. Poderíamos começar com uma pergunta: Onde Jesus estava em sua Páscoa? Com quem ele estava em sua Páscoa? O que ele fez em sua Páscoa? O que ele falou em sua Páscoa? Em sua Páscoa, Jesus estava reunido com seus amigos e estava reunido com seus amigos porque desejou isso ansiosamente. Nesta reunião, a motivação não era o negócio, não era a última moda, não era para saber quem havia se dado bem na última semana, a motivação, não era para saber, quanto iriam ganhar amanhã [...] a motivação era o amor! E quando você se reúne com seus amigos? Qual é a motivação? Jesus, em sua Páscoa, repartiu o pão e o vinho entre seus discípulos [...] é, repartiu! Isso é ter comunhão, é saber que quando se está com amigos, cuja motivação é o amor, não há espaço para o “EU”, há espaço apenas para o “NÓS”. Em sua Páscoa, Jesus falou sobre Vida, Morte, Aliança, Futuro, Presente e Saudade. Coisas que fazem parte do cotidiano. Somos peregrinos, imigrantes, moramos na terra cuja a estrada é feita a cada passo, a cada laço e a cada sorriso.

...ele fala sobre coisas do Céu e coisas da Terra.
No entanto, preferiu falar sobre isso, entre Amigos.
E quando você está entre Amigos? O que conversam?
Jesus, antes de encerrar a sua Missão, desejou ansiosamente, ardentemente, comer a Páscoa com seus amigos.

E você?
Jeorgino da Silva

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Histórias Pastorais






 




“Dizem por ai que há curvas muito íngremes de aprendizagem. Eu embarquei numa curva pronunciada de desaprendizagem” (Eugene Peterson).

Este ano completei 20 anos de Fé e 13 anos de Ministério Pastoral e há muitas histórias a serem contadas, mas prefiro guardar algumas.

Nesse período eu vi, ouvi, senti, sofri, gemi, chorei, sorri, me diverti, me entusiasmei, me frustrei, me realizei, ganhei, perdi, vi a terra do topo da montanha, mas também vi o céu do mais raso chão de pedras.

Como é possível ver, meu ministério pastoral já passou por um variado transito de sensações.
A verdade é que o Ministério pastoral se da entre a Bigorna e o martelo. Não é possível desassociar o Ministério pastoral da própria existência como ser, como pessoa, como gente...

Não tive grandes frustrações em meu Ministério (até pq ainda exerço-o hoje) mas tive muita tristeza e uma boa parte dela se encontra na ilusão que tinha antes, de que o Ministério Pastoral, me ofereceria condições de viver uma vida digna e ele não me ofereceu condições de se viver uma vida digna: ele me ensinou.

Aprende-se mais no Ministério Pastoral do que em qualquer outro lugar.

Aprendi que as pessoas não são cálculos...
...não se conta-as como se contam cabeças de gado.
Aprendi que não é o Oficio que faz a pessoa, mas a pessoa que exerce o oficio.
Pastor é Pessoa – é gente! Tem nome e endereço.
Aprendi que pastor não é máquina!
...que nem sempre ele “TEM QUE” estar por cima.
Aprendi no Ministério pastoral a sentir cheiro de gente, a tocar nas pessoas sem que elas precisassem me dar nada, ou devolver nada – aprendi a liberdade de amar...

Amar é um deserto e seus temores” (Djavan).

Aprendi que não preciso ser forte todo tempo.
Aprendi que não preciso ser um “Ser” Inabalável todo tempo.
Aprendi a conhecer minhas fraquezas e minhas melhores imperfeições.
Aprendi que cair não é o fim...
...e que levantar não é tudo!
Aprendi a não fazer pose nos púlpitos.
...não sei fazer caras e bocas – entende?

No Ministério pastoral aprendi a amar as Escrituras como texto de Deus e não como um livro de consultas ou caixinha de promessas ou ainda, objeto de decoração na casa.
Aprendi a mostrar a minha cara! Não existem máscaras aqui – não sei usar máscaras...
Minha cara é feia o bastante – rs!
Meus olhos já viram muita gente chorar em meu ministério pastoral – e eles choraram também.
Meu sorriso, já viu muita gente sorrir – e ele sorriu também.
Aprendi no ministério pastoral que o dinheiro não é tudo – liberdade e boa consciência diante de Deus e dos homens, sim!
Ganhei amigos.

...tive pouquíssimas pessoas que não gostaram de mim – ninguém é perfeito.

Também magoei...
Magoaram-me também.
Mas não existem magoas hoje!
Bom, escreveria um livro sobre o meu Ministério Pastoral...

Hoje em dia o que mais me doí é ver a deturpação que gente Cínica faz das Escrituras, mas essa dor eu guardo pra mim por que uma boa parte da Igreja Evangélica pouco se importa com isso.

No demais:

Ando devagar por que já tive pressa e levo esse sorriso porque já chorei demais.
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe, só levo a certeza que muito pouco eu sei: nada sei. Conhecer as manhas e as manhãs, o sabor das massas e das maçãs. É preciso amor pra poder pulsar, é preciso paz para poder sorrir, é preciso a chuva para florir. Penso que cumprir a vida seja simplesmente compreender a marcha e ir tocando em frente...” (Almir Sater e Renato Teixeira).

Paz seja sobre ti!

Dedicado ao meus amigos estejam eles aonde estiverem...