domingo, 21 de abril de 2019

É o 1º Dia da Semana: Páscoa.




"Ponho Yahweh a minha frente sem cessar (...) pois não abandonará minha vida no Xeol, nem deixarás que teu fiel veja a cova" (Sl 16.8 e 10).

Passou a noite.
Acredite, ela sempre passará.
A noite é necessária.
Tudo passa.
Tudo é passagem.
A única coisa que permanece, é o vácuo por onde tudo passa.

Não há choro que não cesse.

Os evangelhos são unanimes: 
No primeiro dia da semana.
Ao raiar do dia.
Ainda escuro (...) Passado o Sábado.

As mulheres se dirigem ao sepulcro.
Os discípulos estão assustados e permanecem trancados.
As discípulas estão saudosas e querem ver, nem que seja o corpo, do seu Mestre.

As mulheres tão desprezadas pela cultura, foram abraçadas pelo Mestre da Galileia.
Jesus deu à elas, o que a cultura tirou: dignidade.

Elas querem vê-lo, mas quando chegam ao local do Túmulo, a pedra havia sido rolada para o lado.
O Túmulo está aberto (...) O anjo deixou de propósito.

"Buscais a Jesus, o crucificado? Ele não está aqui, vejam o túmulo, está vazio". Disse o Anjo com aspecto de relâmpago.

As mulheres se espantam.
Voltam para avisar os discípulos.

Pedro ao ouvir, corre em direção ao túmulo (ele tem um assunto não acabado com Jesus) e logo após, João faz o mesmo. Ora, João mais novo, passa adiante de Pedro, mas ao chegar no túmulo, não entra. Pedro chega, e ao ver a pedra removida, desvia de João e entra no túmulo.

João esteve ao pé da cruz, mas ao chegar no túmulo, não entrou.
Pedro o deixou só, mas ao chegar no túmulo, entrou.

Um tem medo de se envolver com o mistério.
Outro, embarca nele.

João entra, vê e crer.
Pedro ver e volta sacudido.

Ambos retornam e apenas Maria de Madalena, fica ao pé do túmulo.

"Mulher, por quê choras?". Uma voz pergunta.

Há delicadeza nas palavras.

"Levaram o corpo do meu Senhor! Dize-me, se fostes tu que o levara, onde o pusestes, e eu irei buscá-lo". Responde a mulher.

Que mulher destemida!
Que bravura.
Que amor!

Ela está disposta a buscar com seus próprios braços, o corpo do Homem que lhe trouxe dignidade e amor.

"Maria!". Chama-a o Mestre.

Ele conhece suas ovelhas pelo nome.
Todas as suas ovelhas, Jesus conhece pelo nome.

"Raboni". Perplexa, fala Maria.

Se ele conhece as ovelhas pelo nome, suas ovelhas o conhecem pela voz.

"Vai, fala aos meus irmãos que os encontrarei na galileia". Disse o Jesus, ressuscitado.

Escute: Vai, fala aos irmãos que Jesus ressuscitou.
Fala ao mundo que o tumulo está vazio.
Fala à todos que a Páscoa cristã, não tem como símbolo, coelhos e ovos.
Fala à todos que o símbolo da Páscoa cristã é um túmulo vazio e uma cruz vazada!

Sim! O túmulo está vazio! Mas a nossa fé não se baseia em um tumulo vazio, e sim, num Cristo ressurreto!!!!!

"Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa fé" Disse Paulo, o apóstolo.

...e se a cruz foi um símbolo de maldição, Cristo passou por ela e mudou o seu sentido!

" Paz esteja convosco". Disse Jesus à um grupo de discípulos, trancados, que estavam em uma casa, com as portas trancadas.

A Única coisa que pode te libertar das portas trancadas em ti, é a Paz daquele que vive livre.

Era o primeiro dia da semana
Foi o primeiro dia da semana.

É, o primeiro dia da semana.

...e tudo começa aqui.






sábado, 20 de abril de 2019

Era o 7º Dia. Nem um Som se ouvia.





É Shabbat.

Há um silencio na Cidade.
Silêncio é bom, desde que saibamos qual.
O dia anterior foi tenso.

Há um silêncio, mas um silêncio ensurdecedor.
Pedro está arrasado (Ele havia negado o Cristo).
João, psicologicamente exausto (Ele havia ficado ao pé da Cruz).
Os apóstolos estavam todos recolhidos, assustados, com medo.
E ainda chega uma noticia aterrorizante: Judas cometeu suicídio. 

Não, ele não pôde esperar três dias, psicologicamente perturbado, com o coração cheio de remorso e um sentimento de culpa avassalador, e ainda, para completar seu estado, havia uma perturbação espiritual crônica, uma acusação que vinha do seu interior, e uma voz gritava a sua mente, dizendo que, ele era o principal culpado por tudo. Não, não dava para esperar três dias, psicologicamente lúcido, ele não aguentaria. Para nós que estamos do outro lado da histórica página, é simples dizer ou sugerir à ele que espere, mas quando se está inserido na história, no apogeu dos acontecimentos, sentindo na pele (...) não é tão simples.

O que nos faz meditar, na tradição dos dias atuais, em que pessoas se reúnem para "queimar o Judas" (simbolicamente, claro) como em um ato de justiça, por ele ter traído a Jesus. Ora, vejam só, quantos Judas deveriam ser queimados nos dias atuais? Quem são os Judas de Hoje? Não são por ventura os que negam a Cristo? Não são porventura os que rejeitam o seu sacrifício? Não são porventura os que vivem uma vida contrária aos ensinos do próprio Cristo? Sendo assim, quem tem moral para "queimar o Judas"? Quem é apto? Acheguem-se os leais! Façam as fogueiras, os que se arrogam fieis aos ensinos do Jesus de Nazaré, e assim, queimem o Judas!

Os discípulos estão desolados.
Maria, mãe de Jesus, chora compulsivamente.

Não há o que dizer.
O silencio dolorido, diz tudo.

No silêncio a palavra descansa.
No silêncio, a alma agitada, a paz, alcança. 
No silencio.

Escute: Coloque-se diante de Deus em silêncio, mesmo que uma perturbação te aflijas.
Se for preciso fugir, fuja para o Lugar certo: Cristo.
Afaste-se um pouco.
Pare de gritar! Isso vai lhe deixar rouco.
Louco também.
Não há saídas à vista, mas uma, Deus sempre tem.
Não culpe ninguém por nada!
Aguarde em silêncio.

O Sábado foi longo para todos.
É difícil engolir o pão, do café da manhã, quando Jesus não está por perto.
As ruas não são as mesmas.
O Jovem Galileu, não prega mais nas praças.

Silêncio.

A Morte, não pode matar a vida!

Não! Não vou dizer que Deus tem o controle de tudo!
Clichês!

O Homem sim, precisa controlar as coisas, porque ele, o Homem, desarmoniza tudo!

Deus, o Senhor de tudo! Não precisa controlar nada! Todas as coisas convergem nele e para Ele. Ele olha a sua criação, e ela, amorosamente, entende o seu olhar e obedece.

É Sábado, o 7º dia.
O dia está declinando.

...e o silêncio está prestes a ser quebrado.



sexta-feira, 19 de abril de 2019

Era o 6º Dia. Todos atrairei a Mim (2 Parte)



"Levaram então consigo Jesus. Ele próprio carregava a sua cruz para fora da cidade, em direção ao lugar chamado Calvário, em hebraico Gólgota. Ali o crucificaram...". (João 19.17,18)

O profeta Isaías, vai dizer, cerca de 800 anos antes.

"...e como ovelha muda, foi levado ao matadouro".

Uma tora de madeira bruta é colocada nos ombros de Jesus.
Ele deve carregá-la até o Calvário.

Não bastasse carregar os pecados de todos, inclusive dos que ali estavam, ele mesmo teria que carregar o madeiro onde seria pregado.

Há um letreiro, nas mãos do exactor mortis, nele está escrito a sua condenação.
A tora de madeira pesa.
Mas como carpinteiro, ele conhece o peso.
No entanto, não suporta e cai.

O soldado romano, sem escolher a dedo, traz alguém da multidão para carregar a tora de madeira, juntamente com Jesus.

Seu nome é Simão.
Ele estava vindo do campo, retornando para a sua casa quando de subito, foi trazido para o meio, onde estava Jesus.

Ele, Simão, não tinha nada haver com aquilo, mas sem saber, estava participando do maior acontecimento da história da humanidade.

"Porque se envolver com essa missão?
Porque investir nela, o meu coração?
Em vez de ganhar o mundo, porque eu escolheria a solidão?
Esse caminho não é de luz, é de cruz!
Porque sofrer tanto assim? Porque morrer uma morte, que não é por mim?".

Chegando ao Calvário, prego nas mãos.
Madeiro levantado.
O espetáculo do mundo!

Tenho Sede!
Perdoa-lhes.

Escute: Jesus foi crucificado.
Foi entregue pelos meus e os teus pecados.
O inocente pelo culpado.
Um castigo bárbaro.
Quem se importa? 
Quem Crer?
Quem se envolve?

Não adianta encenar a morte de Cristo hoje, se nos outros dias, você continua crucificando-o.

Está Consumado!
Bradou Jesus.

Inclinou a cabeça e morreu.

Era o 6º Dia.

O shabbat se aproxima.