quinta-feira, 27 de maio de 2021

O servo malvado e o Perdão

 


A dias venho lutando com esse texto da parábola do credor incompassivo, que vou chamar de "servo malvado". Não é um texto fácil, mas é simples e objetivamente direto. 

O texto, inicia a estória em forma de parábola, por volta do versículo vinte e três do capitulo dezoito do Evangelho segundo escreveu Mateus, mas os diálogos que deram origem a parábola, iniciasse no verso primeiro do mesmo capítulo. Jesus está proferindo uma série de ensinos, quando Pedro o questiona sobre um dos assuntos mais fino nos evangelhos: o perdão.

"Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes?". Perguntou Pedro.

"Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete". Respondeu Jesus.

A partir desse ponto, Jesus introduz a parábola.

Por isso, o reino dos céus é semelhante a um rei que resolveu ajustar contas com os seus servos. E, passando a fazê-lo, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos. Não tendo ele, porém, com que pagar, ordenou o senhor que fosse vendido ele, a mulher, os filhos e tudo quanto possuía e que a dívida fosse paga. Então, o servo, prostrando-se reverente, rogou: Sê paciente comigo, e tudo te pagarei. E o senhor daquele servo, compadecendo-se, mandou-o embora e perdoou-lhe a dívida. Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservo que lhe devia cem dentários; e, agarrando-o, o sufocava, dizendo: Paga-me o que me deves. Então, o seu conservo, caindo-lhe aos pés, lhe implorava: Sê paciente comigo, e te pagarei. Ele, entretanto, não quis; antes, indo-se, o lançou na prisão, até que saldasse a dívida. Vendo os seus companheiros o que se havia passado, entristeceram-se muito e foram relatar ao seu senhor tudo que acontecera. Então, o seu senhor, chamando-o, lhe disse: Servo malvado, perdoei-te aquela dívida toda porque me suplicaste; não devias tu, igualmente, compadecer-te do teu conservo, como também eu me compadeci de ti? E, indignando-se, o seu senhor o entregou aos verdugos, até que lhe pagasse toda a dívida. Assim também meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão.

Confesso que a parábola, em sua mensagem objetiva, é de dificílima exposição, mas irei colocar aqui, como ela se apresenta.

Jesus começa a parábola dizendo que o Reino de Deus é semelhante a um rei que resolveu ajustar contas com seus servos.

Ajustar contas! Está é a palavra.

Deus é um Deus que ajusta contas.

O rei então, manda chamar alguém que lhe devia DEZ MIL TALENTOS.

O servo devia ao rei. O servo tinha uma divida para com o rei - ele era devedor. Porém, o servo não tinha como pagar o que devia.

O Bem, mais precioso que Deus possui, ele entregou. Compartilhou o seu tesouro. Emprestou por um pouco de tempo aos servos. O Bem precioso de Deus satisfez a sua própria justiça, tornando o homem devedor desse ato condescendente, de Deus.

Tal divida, o servo não pode pagar.

Tal divida os homens não podem pagar, porém, assim mesmo, para que se faça justiça e para que o servo perceba o tamanho de sua divida e sua extensão, o rei ajusta contas.

O servo, não tendo como pagar, recebe a sentença: "seja vendido ele, esposa e filhos!". Disse o rei.

O servo se desespera, implora: "Dai-me tempo! Eu pagarei o que devo".

Servo tolo. Ele é cheio de boas intenções (será?), mas boas intenções não pagam dividas. Uma divida tão alta, tão volumosa que com o passar do tempo só aumenta, como ele conseguiria quitá-la? Sua divida o deixava em uma situação de "pertencer" ao rei. 

A tentativa de pagar a divida, só aumenta a divida.

O Senhor daquele servo, vendo a condição na qual ele se encontrava, compadeceu-se dele e perdoou-lhe a divida

O Senhor perdoou a divida.

O Homem, por causa de seus inúmeros pecados, inúmeras ofensas e a cada dia ofende mais, aumentando assim a sua própria divida diante de Deus, está nesta condição.

Fazer com que o rei dispense-lhe o seu melhor e maior tesouro, é estar em divida constante para com ele.

...e o que dizer daqueles que ignoram tal tesouro doado e tal divida contraída?

O que dizer daqueles que ignoram a divida?

Aquele servo foi alvo da Graça de seu Senhor.

Aquele servo não tinha a mínima condição de pagar a sua divida.

Nada do que ele fizesse, pagaria.

Absolutamente, nada!

O seu Senhor, Graciosamente, o perdoou.

Deixou ele livre.

Não o escravizou por sua divida.

Não o oprimiu por sua divida.

Não lhe obrigou a trabalhos forçados, por sua divida.

Nem sequer exigiu que o servisse pelo resto de sua vida.

Simplesmente o perdoou.

Não disse que não queria mais vê-lo.

Não disse que não queria mais diálogo com ele.

Simplesmente o perdoou.

O Senhor daquele servo, não disse: "Eu lhe perdoei, mas a partir de hoje a nossa amizade não será a mesma". Ele simplesmente perdoou.

Não havia valor no servo.

Quem o compraria?

O seu Senhor o perdoou, justamente porque não havia valor nele e ele mesmo, não tinha valor algum para quitar a sua divida.

Os que acreditam que, Jesus se entregou por eles, por que eles possuem algum valor, estão ABSURDAMENTE ENGANADOS!

C.S. Lewis vai dizer, sobre isso, o seguinte: "...morrer por pessoas de valor, não seria divino, apenas um ato heroico".

Deus em Cristo, lhe oferece o perdão.

Se após isso, você escolher outra coisa para se engajar, que não seja o Reino de Deus, isso realmente, no final fará toda diferença.

Você terá escolhido o inútil.

O supérfluo.

O que a traça e a ferrugem correi.


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