Aconteceu, entretanto, que uma raposa trocista, ao passear pela mata, viu um pássaro negro assentado sobre um galho e resolveu provocar a sua vaidade. “Bom dia senhor Urubu. Que lindas são as suas penas, tão negras! Confesso não haver visto outro pássaro que pudesse se comparar ao senhor em beleza. Se a beleza do seu canto se compara à beleza de suas penas o senhor é a Fênix dessas florestas, a revelação plena da beleza divina. Imagino que Deus diz aos seus ouvidos coisas que ele não diz aos ouvidos dos outros pássaros! Se Deus desejar falar aos mortais em linguagem de pássaro, estou certo de que o senhor será o seu porta-voz!” O Urubu ficou encantado ao ouvir as palavras da raposa. E acreditou. Os vaidosos sempre acreditam nas palavras dos aduladores. “É isso mesmo”, o Urubu falou consigo mesmo. “Cada pássaro tem um pedacinho de Deus. Só um pedacinho. Mas eu, Urubu, tenho a plenitude da beleza divina. Assim sendo, por que perder o meu tempo ouvindo o canto do sabiá, o canto do pintassilgo, o canto do canário?... O canto deles é uma nota solta. O meu canto é a sinfonia inteira! E é até perigoso que eles fiquem por aí, cantando livres pelas matas e jardins. Porque pode ser que um ouvinte tolo fique gostando do seu canto e assim, por amor à beleza pequena de uma nota, perca a beleza plena da sinfonia. É preciso que se saiba que o canto de todos os pássaros conduz ao meu canto! Para a glória de Deus. E foi assim que os Urubus começaram uma operação de guerra contra os outros pássaros, sob a alegação de que o seu canto desviava os demais bichos do pleno conhecimento da beleza divina. Espalhou-se pela floresta a palavra de ordem: “Todos os pássaros devem cessar o seu canto”. Todos os pássaros devem cantar como os urubus. Fora do canto dos Urubus não há salvação!” A passarinhada morreu de rir. Sabiás, pintassilgos e canários comentavam: “ Os Urubus devem ter enlouquecido...” E nem ligaram. Continuaram a cantar como Deus havia ordenado que cantassem. Os Urubus, enfurecidos com a arrogância e presunção dos pássaros que não reconheciam a sua superioridade, reuniram-se em concílio e tomaram uma decisão: “Se não cantam como nós, porta-vozes Deus, cantam contra nós, cantam contra Deus. E quem canta contra Deus não tem o direito de cantar”. Mas que passarinho pode parar de cantar o seu canto? O pedacinho de Deus que mora em cada um não descansa. Quer cantar! E eles continuaram a cantar. Os Urubus se puseram a campo em defesa da beleza divina e de sua própria beleza. Começaram a perseguir os pássaros que se atreviam a cantar o canto que Deus lhes ensinara. Era a única forma de fazê-los calar. Alguns pássaros se calaram por medo de serem expulsos da floresta a bicadas. Foram então colocados num regime chamado de “silêncio obsequioso” pelos urubus. Ninguém entendeu o que “silencio obsequioso’ queria dizer”. Mas ninguém discutiu. Com Urubu não se discute. Silêncio, os pássaros sabiam o que era. Mas “obsequioso” eles não entendiam. Segundo o dicionário “obséquio” quer dizer “benefício”, “benevolência”. Que benefício ou benevolência existe em obrigar um pássaro a cessar o canto que Deus lhe deu? Ou será que o tal “obsequioso” vem de “obséquias”, que quer dizer “funeral”? É possível. O fato é que muitos dos que insistiram em cantar o seu próprio canto foram entregues à raposa que, como se sabe, adora a carne tenra das aves... O resultado foi que os pássaros de muitas cores e de muitos cantos fugiram daquela floresta sinistra. Foram em busca de outras florestas onde não houvesse Urubus e onde pudessem cantar todos os seus cantos, ao mesmo tempo, e diferentes, para que assim se ouvisse a Grande Sinfonia. Quanto aos Urubus, ficaram sozinhos na sua floresta. Os bichos que moravam lá se mudaram, porque não agüentavam mais ouvir todo dia o mesmo canto monótono, sempre igual. Sem variações, sem contraponto, sem improvisações.
PRINCÍPIOS PRÁTICOS PARA OS PREGADORES
1) Não Se Deixe Manipular Por Qualquer Pessoa Que Seja.
O urubu deixou-se influenciar pela raposa que sagazmente induziu o Urubu a deixar os pássaros a mercê dela. Procure ter discernimento de certas in-fluências para vê se elas não vão criar em você um sentimento de superioridade. Cuidado para que os aplausos não acabem roubando a sua alma. Não se deixe manipular por qualquer coisa que seja e acima de tudo que seu compromisso seja com a Palavra de Deus e não com certas “raposas” cujas influências levam a ruína.
2) Resista a Tentação de Se Sentir o “Único Instrumento de Deus” Que funciona melhor do Que Todos os Outros.
Logo depois que recebeu os elogios da raposa, o urubu se sentiu a ave mais bela do mundo e que seu canto era melhor do que o canto dos outros pássaros. Lembre-se, sua mensagem não é melhor do que a mensagem de qualquer outro pregador. Se sua mensagem provocou algo maravilhoso na vida das pessoas... Glória à Deus. Mas isso não quer dizer que você é a única pessoa que pode realmente ser usada por Deus. Desvie-se da tentação de se sentir a única pessoa que ministra bem. Seja na mensagem bíblica ou que seja no louvor ou ainda em qualquer atividade que seja. Procure sempre oferecer o melhor! Procure se atualizar sempre! Procure colocar-se diante de Deus pedindo à Ele revelação. Faça isso e serás bem sucedido.
4) Que Todos Achem você Excelente, Mas Você Sinta-se na Média e Procure Melhorar a Cada Dia Mais.
O bom é inimigo do ótimo e o ótimo não combina com o excelente e assim por diante... faça sempre o melhor. As pessoas que lhe ouvem merecem o melhor que você pode oferecer. Dedique-se a leitura Bíblica e também de assuntos atuais que podem ser de interesse das pessoas que lhe ouvem. Procure melhorar e abordar bem o tema que você se propõe a pregar aperfeiçoando assim o assunto. Receba os elogios sempre com muita humildade sabendo que o que você possui foi dado por Deus e que sempre deve ser adorado em sua vida.
Jeorgino da Silva
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
ELE SABE O QUE É DOR
“... Homem de dores e que sabe o que é padecer”. Isaias 53.3
Quando olhamos o mundo através dos olhos das câmeras de telejornais é possível vê e ouvir os gritos de dor que a humanidade esta sentindo. Guerras, terremotos, fome, frustrações, decepções e mortes tem sido o motivo de tanta dor espalhada pelo mundo. A história humana é marcada por toda sorte de dor que se possa imaginar. E tudo começou ali, no Éden, no útero do mundo, sim, justamente no lugar onde deveria ser o local do prazer, da harmonia e da paz, se transformou no lugar de dor, separação e tristeza. Desde que o homem caiu no éden, tudo que entra e passeia no solo da existência humana, tem a marca da dor. E por mais que tentemos viver sem ela, vez por outra ela chega e bate a nossa porta. Não existe um grupo se quer espalhado pela terra que não tenha sentido ou vivenciado ou até mesmo visto, uma cena que transpirasse dor. A existência desse sentimento é fato inegável, mas também é fato, que muitos agem de forma indiferente a dor do outro. Sim! É isso mesmo. Existem pessoas que agem de uma forma indiferente, não diferente, mas indiferente, ou seja, desprezam, isolam e fazem de conta que as pessoas que estão ao seu redor, sentem algum tipo de dor. Provavelmente, alias, quem sabe eu não estou falando com alguém nesse exato momento que esta sentindo algum tipo de dor? Quem sabe a dor que você esta sentindo nesse momento, não é uma dor moral? Sim! Aquela dor que fala, grita e esperneia dentro do interior todas as vezes que se diz que nunca mais fará, ou pegará, ou tirará, ou cometerá algo de natureza ruim, mas muitas vezes, acaba fazendo novamente. Esse tipo de dor incomoda, mexe, tira o sono e traz uma inquietação desesperadora. Existem várias pessoas espalhadas pelo mundo que sofrem sentindo essa dor! E o pior, ou melhor, para piorar as coisas, tais pessoas são discriminadas por algum erro cometido, sendo lançadas ao desprezo e isso tudo, longe de qualquer companhia, mas eu desejo dizer-te algo hoje: Existe alguém que sabe o que é dor. Talvez eu esteja falando com alguém que não esteja passando por uma dor moral, mas quem sabe, não esta passando uma dor emocional? Sim! Pessoas que carregam traumas vivenciados no meio da família e que por mais que lutem, não conseguem apagar certos acontecimentos que estão terrivelmente instalados na sua memória. Tais pessoas são atingidas pela depressão e pela angústia que insistem em caminhar pelo solo da alma cansada, abatida e sacudida. Tais pessoas, também (diga-se de passagem) são questionadas vez por outra, sobre o fato de muitas vezes se encontrarem tristes e quando não conseguem reagir de uma forma imediata, são taxadas de fracas, frouxas, derrotadas etc. Meus queridos, vocês tem um bom senso pra saber que palavras como essas, abalam qualquer sistema emocional, não é verdade? Provavelmente quem despreza a dor emocional de alguém é por que ainda não sabe o quanto dói tal dor. A dor emocional cola nas pessoas, se aloja e gruda no mais profundo do nosso psiquismo gerando assim o sentimento de baixa-estima. Quem sofre dor emocional foi vitima de palavras grosseiras e de um poder negativo destruidor. Quem sofre dor emocional foi vitima de perda, frustrações, decepções e etc. As pessoas que desprezam outras por esse tipo de dor deveriam rè-vê seus conceitos.Mas permita-me lhes dizer algo: Existe alguém que sabe o que é dor. Saiba meu amigo, que existe alguém que se importa com a sua dor seja ela de qualquer natureza. O profeta Isaías captou bem esse detalhe na visão que teve a respeito do sofrimento do Messias, ele viu um “Homem de dores”. Sim! O Messias era e foi um Homem de dores e que sabe o que é padecer. Se existem pessoas que te cercam e não estão nem aí pra sua dor, saiba, Jesus, o Messias, sabe o que é dor e entende a tua dor. Entendeu? Jesus conhece, sabe e entende a tua dor. Ele esta com você nesse momento de dor e vai te mandar um refrigério, sabe por que? Porque Jesus sabe o que é dor. Você crê nisto? Amém! Jesus conhece a tua dor emocional e te acolhe em seus braços! Ele sabe o que é dor! Se alguém despreza a tua dor não se desespere, pois Jesus sabe o que é dor. Pare por um momento e permita que ele te coloque numa posição de refrigério. Jesus sabe o que é dor e nunca esqueça isso.
Jeorgino da Silva
Quando olhamos o mundo através dos olhos das câmeras de telejornais é possível vê e ouvir os gritos de dor que a humanidade esta sentindo. Guerras, terremotos, fome, frustrações, decepções e mortes tem sido o motivo de tanta dor espalhada pelo mundo. A história humana é marcada por toda sorte de dor que se possa imaginar. E tudo começou ali, no Éden, no útero do mundo, sim, justamente no lugar onde deveria ser o local do prazer, da harmonia e da paz, se transformou no lugar de dor, separação e tristeza. Desde que o homem caiu no éden, tudo que entra e passeia no solo da existência humana, tem a marca da dor. E por mais que tentemos viver sem ela, vez por outra ela chega e bate a nossa porta. Não existe um grupo se quer espalhado pela terra que não tenha sentido ou vivenciado ou até mesmo visto, uma cena que transpirasse dor. A existência desse sentimento é fato inegável, mas também é fato, que muitos agem de forma indiferente a dor do outro. Sim! É isso mesmo. Existem pessoas que agem de uma forma indiferente, não diferente, mas indiferente, ou seja, desprezam, isolam e fazem de conta que as pessoas que estão ao seu redor, sentem algum tipo de dor. Provavelmente, alias, quem sabe eu não estou falando com alguém nesse exato momento que esta sentindo algum tipo de dor? Quem sabe a dor que você esta sentindo nesse momento, não é uma dor moral? Sim! Aquela dor que fala, grita e esperneia dentro do interior todas as vezes que se diz que nunca mais fará, ou pegará, ou tirará, ou cometerá algo de natureza ruim, mas muitas vezes, acaba fazendo novamente. Esse tipo de dor incomoda, mexe, tira o sono e traz uma inquietação desesperadora. Existem várias pessoas espalhadas pelo mundo que sofrem sentindo essa dor! E o pior, ou melhor, para piorar as coisas, tais pessoas são discriminadas por algum erro cometido, sendo lançadas ao desprezo e isso tudo, longe de qualquer companhia, mas eu desejo dizer-te algo hoje: Existe alguém que sabe o que é dor. Talvez eu esteja falando com alguém que não esteja passando por uma dor moral, mas quem sabe, não esta passando uma dor emocional? Sim! Pessoas que carregam traumas vivenciados no meio da família e que por mais que lutem, não conseguem apagar certos acontecimentos que estão terrivelmente instalados na sua memória. Tais pessoas são atingidas pela depressão e pela angústia que insistem em caminhar pelo solo da alma cansada, abatida e sacudida. Tais pessoas, também (diga-se de passagem) são questionadas vez por outra, sobre o fato de muitas vezes se encontrarem tristes e quando não conseguem reagir de uma forma imediata, são taxadas de fracas, frouxas, derrotadas etc. Meus queridos, vocês tem um bom senso pra saber que palavras como essas, abalam qualquer sistema emocional, não é verdade? Provavelmente quem despreza a dor emocional de alguém é por que ainda não sabe o quanto dói tal dor. A dor emocional cola nas pessoas, se aloja e gruda no mais profundo do nosso psiquismo gerando assim o sentimento de baixa-estima. Quem sofre dor emocional foi vitima de palavras grosseiras e de um poder negativo destruidor. Quem sofre dor emocional foi vitima de perda, frustrações, decepções e etc. As pessoas que desprezam outras por esse tipo de dor deveriam rè-vê seus conceitos.Mas permita-me lhes dizer algo: Existe alguém que sabe o que é dor. Saiba meu amigo, que existe alguém que se importa com a sua dor seja ela de qualquer natureza. O profeta Isaías captou bem esse detalhe na visão que teve a respeito do sofrimento do Messias, ele viu um “Homem de dores”. Sim! O Messias era e foi um Homem de dores e que sabe o que é padecer. Se existem pessoas que te cercam e não estão nem aí pra sua dor, saiba, Jesus, o Messias, sabe o que é dor e entende a tua dor. Entendeu? Jesus conhece, sabe e entende a tua dor. Ele esta com você nesse momento de dor e vai te mandar um refrigério, sabe por que? Porque Jesus sabe o que é dor. Você crê nisto? Amém! Jesus conhece a tua dor emocional e te acolhe em seus braços! Ele sabe o que é dor! Se alguém despreza a tua dor não se desespere, pois Jesus sabe o que é dor. Pare por um momento e permita que ele te coloque numa posição de refrigério. Jesus sabe o que é dor e nunca esqueça isso.
Jeorgino da Silva
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
RECONSTRUINDO SUA HISTÓRIA
“Minha alma, continuamente, os recorda e se abate dentro de mim. Quero trazer a memória o que me pode dar esperança”. Lamentações de Jeremias 3.20, 21.
A história avança e a nossa existência avança juntamente com ela, e não existe nada, mas nada mesmo, que possamos fazer, senão avançar para dentro dela. Existimos e devemos viver, mas viver totalmente conscientes de que esse existir vai nos proporcionar várias experiências que nos farão sorrir e chorar, cantar e silenciar, correr e parar. A experiência do sorriso nos marca, levanta-nos e impulsiona a seguir em frente. Com essa experiência é fácil lidar. Mas existem as experiências catastróficas, irritantes, traumáticas e muitas vezes desesperadoras. O desespero é a não conformação com o fato de que aquilo que se esperava não acontecerá e isso nos leva a enfrentar crises que, no final de tudo, nos proporcionará um encontro conosco mesmo. É justamente nas crises e nos momentos difíceis que passamos nesta terra, que fazemos viagens profundas ao nosso ser e quase sempre em buscas das respostas das interpelações que fazemos todos os dias. E quando saímos em busca dessas respostas pensamos, e o fato de que pensarmos nos introduz na descoberta fantástica que pode até parecer bobagem, mas as vezes não nos damos conta: Existimos. O filosofo francês René Descartes disse isso: “Penso, logo existo”. Mas quando chegamos a esse pensamento, descobrimos que existe outra coisa que nos leva a essa realidade. O Filosofo e pensador dinamarquês Kierkegaard disse outra coisa que se confunde com isso que Descartes disse: “Sinto, logo existo”. Não é só existir, é sentir também. Sentimos certas coisas por que existimos e existimos por que sentimos certas coisas e muitas vezes são essas coisas que sentimos que causa um tremendo frisson em nossa alma. Por isso sofremos!!! Por isso choramos!!!! Por isso gritamos!!! Por isso nos desesperamos!!! Por que pastor? Por que somos humanos!! O humano esta sujeito às dores dessa vida. Quem captou de uma forma sensível a presença da dor no mundo, foi Francisco Otaviano que, em uma de suas poesias, se expressou dessa forma: “Quem passou pela vida em brancas nuvens e num plácido repouso adormeceu; quem passou pela vida e não sofreu, não foi homem, foi espectro de homem porque só passou pela vida e não viveu”. Por mais que tentemos viver sem dor e por mais que tentemos exorcizá-las, elas chegam, entram e penetram, e de uma forma absurda nos agridem principalmente em nossa vida psicológica e emocional. Parece que a história também é feita de dores, ou melhor, é construída em dores, em meio a lágrimas e soluços. Diante disso estamos nós que, juntamente com a história, sentimos dores e sofremos violências que marcam a nossa história para sempre. Mas a pior dor ou a que mais nos agita é aquela que fica registrada, arquivada e catalogada na memória. Essa dor é gerada por palavras que foram lançadas de maneira destrutiva, agressiva, cuja finalidade era diminuir e despotencializar o nosso valor. Palavras que geram sentimentos de inferioridade e causam ausência de dignidade promovem a dor que fica parada e muitas vezes engessada na memória. Tudo isso acontece com pessoas que estão bem próximas a nós e com certeza, isso acontece com a gente também. Todos nós carregamos em nossa memória algo amargo e isso não acontece porque nós queremos que aconteça. Isso acontece por que os fatos acontecidos ficam registrados em nossa memória e por mais que queiramos apagar, não é possível. O que fazer então? O que fazer com as lembranças amargas que estão registradas em minha memória? Como me livrar disso? A quem recorrerei? Quem pode me ajudar? Como me livrar dessa lembrança? E aquilo que fizeram comigo na minha adolescência, na juventude, como me livrar disso? O texto acima narra um episódio na vida de um servo de Deus que conhecemos bem através da leitura da Bíblia Sagrada. Jeremias carregava em sua memória cenas terríveis e que lhe machucavam dia e noite. Esse texto esta inserido no livro das lamentações de Jeremias. O livro de lamentações expressa o profundo pesar de Jeremias sobre aquele evento calamitoso na história do povo de Deus. Essa obra é comumente atribuída a ele e foi escrita logo depois da queda de Jerusalém, em 586 a.C. Jeremias entra em total desespero ao vê a cidade queimada e praticamente destruída pelos exércitos de Nabuconosor. Ao contemplar a cidade naquele estado, a angustia, a dor e a tristeza tomam conta do seu ser e isso é manifesto através desse livro. O olhar de Jeremias esta sobre a cidade e é um olhar para o sofrimento tanto das pessoas quanto seu próprio. É o olhar de tentar compreender tudo aquilo que estava acontecendo. Tentamos compreender o sofrimento na medida que ele vai acontecendo, mas as vezes ele é tão estarrecedor que fica difícil. C.S Lewis certa vez disse: “... o sofrimento é um mal as claras, indiscutível”. A dor de Jeremias era uma grande dor e o texto é escrito em um tom fúnebre e recheado de lágrimas: “Com lágrimas se consumiram os meus olhos, turbada esta a minha alma, e o meu coração se derramou de angústia por causa da calamidade da filha do meu povo...” (Lm 2.11). Eu fico imaginando as cenas que ficaram gravadas na memória de Jeremias. Aquelas cenas que vez por outra surgiam como flashes e lhe causava uma profunda tristeza. Tenho quase certeza que as noites de Jeremias eram longas e enfadonhas e com pesadelos terríveis. Assim como na vida de Jeremias, na nossa também somos pegos vez por outra lembrando de certos acontecimentos que ficam registrados a fogo em nossa mente. Jeremias travou uma grande luta contra as lembranças amargas que estavam em sua memória. Quem sabe eu não estou falando com pessoas que neste momento estão lendo esse artigo e que assim como Jeremias travam uma luta enorme contra lembranças que insistem em permanecer na memória? E talvez, como Jeremias, você esta se perguntando: o que fazer? Como responderemos isso? Observando justamente como Jeremias se comportou. Aqui precisamos parar e pensar não como nós agiríamos, mas como Jeremias reagiu. Nesse momento eu não posso pensar no “meu, eu” mas no “tu, dele”. Será que deu pra entender? Jeremias pro-jeta o seu olhar para longe, mas bem para longe mesmo. Ele desvia o seu olhar do horizontal e começa a olhar para cima, para algo bem maior do que tudo aquilo que esta ao seu redor. Jeremias começa a pensar na possibilidade de reconstruir uma nova história em vida e para que isso se torne uma realidade, ele para de pensar um pouquinho em tudo aquilo que esta acontecendo e diz: “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se a cada manhã. Grande é a tua fidelidade. A minha porção é o Senhor, diz a minha alma...”. Jeremias começa a dizer para sua alma: “ Existe esperança da minha história ser reconstruída juntamente com a dos meus irmãos... O Senhor, apenas o Senhor pode reconstruir nossa história”. Apenas Deus meus irmãos, pode oferecer a solução para as experiências amargas da nossa vida. Deus é o Senhor da nossa história e todas as vezes que ela é abalada, ou melhor, todas as vezes que circunstâncias tentam abalar nossa história, Só Ele, sim! Só o Senhor pode reconstruí-la. Glória ao seu Nome por isso!!!! Lembre-se: Deus pode reconstruir sua história. Creia!!!
Jeorgino da Silva
A história avança e a nossa existência avança juntamente com ela, e não existe nada, mas nada mesmo, que possamos fazer, senão avançar para dentro dela. Existimos e devemos viver, mas viver totalmente conscientes de que esse existir vai nos proporcionar várias experiências que nos farão sorrir e chorar, cantar e silenciar, correr e parar. A experiência do sorriso nos marca, levanta-nos e impulsiona a seguir em frente. Com essa experiência é fácil lidar. Mas existem as experiências catastróficas, irritantes, traumáticas e muitas vezes desesperadoras. O desespero é a não conformação com o fato de que aquilo que se esperava não acontecerá e isso nos leva a enfrentar crises que, no final de tudo, nos proporcionará um encontro conosco mesmo. É justamente nas crises e nos momentos difíceis que passamos nesta terra, que fazemos viagens profundas ao nosso ser e quase sempre em buscas das respostas das interpelações que fazemos todos os dias. E quando saímos em busca dessas respostas pensamos, e o fato de que pensarmos nos introduz na descoberta fantástica que pode até parecer bobagem, mas as vezes não nos damos conta: Existimos. O filosofo francês René Descartes disse isso: “Penso, logo existo”. Mas quando chegamos a esse pensamento, descobrimos que existe outra coisa que nos leva a essa realidade. O Filosofo e pensador dinamarquês Kierkegaard disse outra coisa que se confunde com isso que Descartes disse: “Sinto, logo existo”. Não é só existir, é sentir também. Sentimos certas coisas por que existimos e existimos por que sentimos certas coisas e muitas vezes são essas coisas que sentimos que causa um tremendo frisson em nossa alma. Por isso sofremos!!! Por isso choramos!!!! Por isso gritamos!!! Por isso nos desesperamos!!! Por que pastor? Por que somos humanos!! O humano esta sujeito às dores dessa vida. Quem captou de uma forma sensível a presença da dor no mundo, foi Francisco Otaviano que, em uma de suas poesias, se expressou dessa forma: “Quem passou pela vida em brancas nuvens e num plácido repouso adormeceu; quem passou pela vida e não sofreu, não foi homem, foi espectro de homem porque só passou pela vida e não viveu”. Por mais que tentemos viver sem dor e por mais que tentemos exorcizá-las, elas chegam, entram e penetram, e de uma forma absurda nos agridem principalmente em nossa vida psicológica e emocional. Parece que a história também é feita de dores, ou melhor, é construída em dores, em meio a lágrimas e soluços. Diante disso estamos nós que, juntamente com a história, sentimos dores e sofremos violências que marcam a nossa história para sempre. Mas a pior dor ou a que mais nos agita é aquela que fica registrada, arquivada e catalogada na memória. Essa dor é gerada por palavras que foram lançadas de maneira destrutiva, agressiva, cuja finalidade era diminuir e despotencializar o nosso valor. Palavras que geram sentimentos de inferioridade e causam ausência de dignidade promovem a dor que fica parada e muitas vezes engessada na memória. Tudo isso acontece com pessoas que estão bem próximas a nós e com certeza, isso acontece com a gente também. Todos nós carregamos em nossa memória algo amargo e isso não acontece porque nós queremos que aconteça. Isso acontece por que os fatos acontecidos ficam registrados em nossa memória e por mais que queiramos apagar, não é possível. O que fazer então? O que fazer com as lembranças amargas que estão registradas em minha memória? Como me livrar disso? A quem recorrerei? Quem pode me ajudar? Como me livrar dessa lembrança? E aquilo que fizeram comigo na minha adolescência, na juventude, como me livrar disso? O texto acima narra um episódio na vida de um servo de Deus que conhecemos bem através da leitura da Bíblia Sagrada. Jeremias carregava em sua memória cenas terríveis e que lhe machucavam dia e noite. Esse texto esta inserido no livro das lamentações de Jeremias. O livro de lamentações expressa o profundo pesar de Jeremias sobre aquele evento calamitoso na história do povo de Deus. Essa obra é comumente atribuída a ele e foi escrita logo depois da queda de Jerusalém, em 586 a.C. Jeremias entra em total desespero ao vê a cidade queimada e praticamente destruída pelos exércitos de Nabuconosor. Ao contemplar a cidade naquele estado, a angustia, a dor e a tristeza tomam conta do seu ser e isso é manifesto através desse livro. O olhar de Jeremias esta sobre a cidade e é um olhar para o sofrimento tanto das pessoas quanto seu próprio. É o olhar de tentar compreender tudo aquilo que estava acontecendo. Tentamos compreender o sofrimento na medida que ele vai acontecendo, mas as vezes ele é tão estarrecedor que fica difícil. C.S Lewis certa vez disse: “... o sofrimento é um mal as claras, indiscutível”. A dor de Jeremias era uma grande dor e o texto é escrito em um tom fúnebre e recheado de lágrimas: “Com lágrimas se consumiram os meus olhos, turbada esta a minha alma, e o meu coração se derramou de angústia por causa da calamidade da filha do meu povo...” (Lm 2.11). Eu fico imaginando as cenas que ficaram gravadas na memória de Jeremias. Aquelas cenas que vez por outra surgiam como flashes e lhe causava uma profunda tristeza. Tenho quase certeza que as noites de Jeremias eram longas e enfadonhas e com pesadelos terríveis. Assim como na vida de Jeremias, na nossa também somos pegos vez por outra lembrando de certos acontecimentos que ficam registrados a fogo em nossa mente. Jeremias travou uma grande luta contra as lembranças amargas que estavam em sua memória. Quem sabe eu não estou falando com pessoas que neste momento estão lendo esse artigo e que assim como Jeremias travam uma luta enorme contra lembranças que insistem em permanecer na memória? E talvez, como Jeremias, você esta se perguntando: o que fazer? Como responderemos isso? Observando justamente como Jeremias se comportou. Aqui precisamos parar e pensar não como nós agiríamos, mas como Jeremias reagiu. Nesse momento eu não posso pensar no “meu, eu” mas no “tu, dele”. Será que deu pra entender? Jeremias pro-jeta o seu olhar para longe, mas bem para longe mesmo. Ele desvia o seu olhar do horizontal e começa a olhar para cima, para algo bem maior do que tudo aquilo que esta ao seu redor. Jeremias começa a pensar na possibilidade de reconstruir uma nova história em vida e para que isso se torne uma realidade, ele para de pensar um pouquinho em tudo aquilo que esta acontecendo e diz: “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se a cada manhã. Grande é a tua fidelidade. A minha porção é o Senhor, diz a minha alma...”. Jeremias começa a dizer para sua alma: “ Existe esperança da minha história ser reconstruída juntamente com a dos meus irmãos... O Senhor, apenas o Senhor pode reconstruir nossa história”. Apenas Deus meus irmãos, pode oferecer a solução para as experiências amargas da nossa vida. Deus é o Senhor da nossa história e todas as vezes que ela é abalada, ou melhor, todas as vezes que circunstâncias tentam abalar nossa história, Só Ele, sim! Só o Senhor pode reconstruí-la. Glória ao seu Nome por isso!!!! Lembre-se: Deus pode reconstruir sua história. Creia!!!
Jeorgino da Silva
Assinar:
Postagens (Atom)