quinta-feira, 16 de outubro de 2008

CUIDADO COM AS RAPOSAS!

Aconteceu, entretanto, que uma raposa trocista, ao passear pela mata, viu um pássaro negro assentado sobre um galho e resolveu provocar a sua vaidade. “Bom dia senhor Urubu. Que lindas são as suas penas, tão negras! Confesso não haver visto outro pássaro que pudesse se comparar ao senhor em beleza. Se a beleza do seu canto se compara à beleza de suas penas o senhor é a Fênix dessas florestas, a revelação plena da beleza divina. Imagino que Deus diz aos seus ouvidos coisas que ele não diz aos ouvidos dos outros pássaros! Se Deus desejar falar aos mortais em linguagem de pássaro, estou certo de que o senhor será o seu porta-voz!” O Urubu ficou encantado ao ouvir as palavras da raposa. E acreditou. Os vaidosos sempre acreditam nas palavras dos aduladores. “É isso mesmo”, o Urubu falou consigo mesmo. “Cada pássaro tem um pedacinho de Deus. Só um pedacinho. Mas eu, Urubu, tenho a plenitude da beleza divina. Assim sendo, por que perder o meu tempo ouvindo o canto do sabiá, o canto do pintassilgo, o canto do canário?... O canto deles é uma nota solta. O meu canto é a sinfonia inteira! E é até perigoso que eles fiquem por aí, cantando livres pelas matas e jardins. Porque pode ser que um ouvinte tolo fique gostando do seu canto e assim, por amor à beleza pequena de uma nota, perca a beleza plena da sinfonia. É preciso que se saiba que o canto de todos os pássaros conduz ao meu canto! Para a glória de Deus. E foi assim que os Urubus começaram uma operação de guerra contra os outros pássaros, sob a alegação de que o seu canto desviava os demais bichos do pleno conhecimento da beleza divina. Espalhou-se pela floresta a palavra de ordem: “Todos os pássaros devem cessar o seu canto”. Todos os pássaros devem cantar como os urubus. Fora do canto dos Urubus não há salvação!” A passarinhada morreu de rir. Sabiás, pintassilgos e canários comentavam: “ Os Urubus devem ter enlouquecido...” E nem ligaram. Continuaram a cantar como Deus havia ordenado que cantassem. Os Urubus, enfurecidos com a arrogância e presunção dos pássaros que não reconheciam a sua superioridade, reuniram-se em concílio e tomaram uma decisão: “Se não cantam como nós, porta-vozes Deus, cantam contra nós, cantam contra Deus. E quem canta contra Deus não tem o direito de cantar”. Mas que passarinho pode parar de cantar o seu canto? O pedacinho de Deus que mora em cada um não descansa. Quer cantar! E eles continuaram a cantar. Os Urubus se puseram a campo em defesa da beleza divina e de sua própria beleza. Começaram a perseguir os pássaros que se atreviam a cantar o canto que Deus lhes ensinara. Era a única forma de fazê-los calar. Alguns pássaros se calaram por medo de serem expulsos da floresta a bicadas. Foram então colocados num regime chamado de “silêncio obsequioso” pelos urubus. Ninguém entendeu o que “silencio obsequioso’ queria dizer”. Mas ninguém discutiu. Com Urubu não se discute. Silêncio, os pássaros sabiam o que era. Mas “obsequioso” eles não entendiam. Segundo o dicionário “obséquio” quer dizer “benefício”, “benevolência”. Que benefício ou benevolência existe em obrigar um pássaro a cessar o canto que Deus lhe deu? Ou será que o tal “obsequioso” vem de “obséquias”, que quer dizer “funeral”? É possível. O fato é que muitos dos que insistiram em cantar o seu próprio canto foram entregues à raposa que, como se sabe, adora a carne tenra das aves... O resultado foi que os pássaros de muitas cores e de muitos cantos fugiram daquela floresta sinistra. Foram em busca de outras florestas onde não houvesse Urubus e onde pudessem cantar todos os seus cantos, ao mesmo tempo, e diferentes, para que assim se ouvisse a Grande Sinfonia. Quanto aos Urubus, ficaram sozinhos na sua floresta. Os bichos que moravam lá se mudaram, porque não agüentavam mais ouvir todo dia o mesmo canto monótono, sempre igual. Sem variações, sem contraponto, sem improvisações.

PRINCÍPIOS PRÁTICOS PARA OS PREGADORES

1) Não Se Deixe Manipular Por Qualquer Pessoa Que Seja.
O urubu deixou-se influenciar pela raposa que sagazmente induziu o Urubu a deixar os pássaros a mercê dela. Procure ter discernimento de certas in-fluências para vê se elas não vão criar em você um sentimento de superioridade. Cuidado para que os aplausos não acabem roubando a sua alma. Não se deixe manipular por qualquer coisa que seja e acima de tudo que seu compromisso seja com a Palavra de Deus e não com certas “raposas” cujas influências levam a ruína.

2) Resista a Tentação de Se Sentir o “Único Instrumento de Deus” Que funciona melhor do Que Todos os Outros.
Logo depois que recebeu os elogios da raposa, o urubu se sentiu a ave mais bela do mundo e que seu canto era melhor do que o canto dos outros pássaros. Lembre-se, sua mensagem não é melhor do que a mensagem de qualquer outro pregador. Se sua mensagem provocou algo maravilhoso na vida das pessoas... Glória à Deus. Mas isso não quer dizer que você é a única pessoa que pode realmente ser usada por Deus. Desvie-se da tentação de se sentir a única pessoa que ministra bem. Seja na mensagem bíblica ou que seja no louvor ou ainda em qualquer atividade que seja. Procure sempre oferecer o melhor! Procure se atualizar sempre! Procure colocar-se diante de Deus pedindo à Ele revelação. Faça isso e serás bem sucedido.

4) Que Todos Achem você Excelente, Mas Você Sinta-se na Média e Procure Melhorar a Cada Dia Mais.

O bom é inimigo do ótimo e o ótimo não combina com o excelente e assim por diante... faça sempre o melhor. As pessoas que lhe ouvem merecem o melhor que você pode oferecer. Dedique-se a leitura Bíblica e também de assuntos atuais que podem ser de interesse das pessoas que lhe ouvem. Procure melhorar e abordar bem o tema que você se propõe a pregar aperfeiçoando assim o assunto. Receba os elogios sempre com muita humildade sabendo que o que você possui foi dado por Deus e que sempre deve ser adorado em sua vida.



Jeorgino da Silva

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