terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Tudo Mudou (...)

 


Eu ando nas ruas...
Eu ando a pés nas ruas.
Não sou cego e vejo que muita coisa mudou do mesmo que antes.
Ainda vejo cegos pedindo esmolas.
Ainda vejo crianças nos sinais com seus rostos refletidos nos espelhos dos carros importados.
Ainda há crimes nas esquinas.
Ainda há jovens sendo consumidos pelas drogas.
Ainda há jovens sendo fumados pela maconha.
Ainda há jovens sendo sugados pelo Crak.
Ainda há jovens com seus cachimbos de ouro, soprando cocaina.
Ainda há filas para pegar senhas afim de ser ouvido (a) por um médico.
Ainda há lágrimas nos postos de saúde.

Ainda a gente enconstada nas paredes, de olhos erguidos aos céus, esperando por um ônibus.

Eu ando de ônibus.
Não sou cego e vejo que muita coisa mudou do mesmo que antes.
Ainda há muito aperto.
Ainda há muita reclamação.
Ainda há demora.
Ainda há...
Ainda.

Eu assisto os programas e os telejornais.
Não sou cego e vejo que muita coisa mudou do mesmo que antes.
Ainda há quem faça humor tendo como materia prima, a pobreza.
Ainda há quem faça humor tendo como materia prima, a corrupção.
 Ainda há mortes.
Ainda há informações manipuladas.
Ainda há o espetáculo da tragédia.
Ainda há as mentiras pregadas por aquele olho de vidro.
Ainda há a "Felicidade Publicitária".

...e o Brasil se prepara para o maior e-vento esportivo de todos os tempos: A COPA DO MUNDO.

É...

Tudo mudou, mas mudou para o mesmo que era antes.







J.R.S

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