“E
eu disse: Ouvi, pois, chefes de Jacó e MAGISTRADOS
da casa de Israel! Não cabe a vós conhecer o direito? ” (MQ 3.1).
De início estou pedindo licença
aos estudiosos para dispensar os comentários hermenêuticos e homiléticos do
texto. Caso desejem aprofundar-se, incentivo-os a fazê-lo com todo zelo. No
entanto, o que desejo transmitir aqui em Forma de reflexão é:
O texto está falando dos
Magistrados responsáveis pelo direito e a justiça e então, eu vos pergunto:
Que direito?
Que Justiça?
Que Magistrados?
Que direito possui o
trabalhador honesto que morre na parada de ônibus por a criminalidade aumenta e
a força Policial ainda não é o bastante?
Que direito possui a
viúva dele? Os filhos? Quem vai trazer a renda da Família após a sua morte?
Que direito possui o
trabalhador comum, honesto, quando o seu salário mínimo aumenta minimamente e o
salário dos senhores detentores do poder aumenta o máximo?
Que direito possui a
criança que está nos sinais pedindo esmolas quando deveriam estar nas escolas
sendo ensinadas, educadas e alimentadas?
Aliás, que tipo de
alimento essas crianças, na escola estão consumindo?
Que direito possui o
Ladrão pé-rapado? Aquele que rouba para comer? E o Ladrão pé-limpinho? Ambos
estão na mesma sela? Comem a mesma comida? Qual a diferença de mata com a arma
do que mata roubando o dinheiro público, matando a esperança de milhões de
pessoas? Qual a diferença?
Que direito possui o
trocador de transporte coletivo, quando lhe é colocado uma arma na cabeça e
naquele momento ele só pensa na Família que deixou em casa?
Que direito possui, aquele
idoso que morreu na porta do Hospital Público?
Que direito que
possui, aquela mãe que teve seu filho no corredor do Hospital?
Que direito possui, a
senhora que teve a sua casa invadida pelas águas da chuva cuja o resultado foi
a perda total de seus bens?
Que direito possui, aquele
garoto que caiu dentro de um buraco em plena via, destruindo assim seu único
meio de transporte?
Que direito?
Qual o direito?
Cansado...
Já me faltam forças para
cantar o Hino Nacional.
Minha Pátria já não é
mais uma mãe gentil!
Não entendo de direito,
por isso pergunto: Que direito nós termos?
Direito de sentar e
chorar?
De ver as reportagens e
ficar perplexo?
Direito de não ter um
salário DECENTE?
Onde estão os direitos?
Direitos Humanos ou
Des-Humanos, onde estão?
Será que posso, um dia
sair às ruas para caminhar sem ter medo?
Será que terei, um dia, em
que irei ao Mercantil e o preço dos alimentos não estejam tão elevados?
Será que a mãe ainda poderá
comprar leite para o seu filho?
Será que o idoso vai
encontrar remédio nos postos de saúde?
Será?
Ou, será que teremos que
viver como disse, um dia, o sábio justo Veríssimo:
“POBRE SÓ NASCEU PARA LEVAR FUMO! ”.