Como o Clero é um conjunto de
homens que ocupam posição superior numa religião e no caso, da igreja cristã
evangélica, quem ocupa essa posição são em geral os pastores e presbíteros,
iremos nos manter ligada a importância da psicologia na vida pastoral.
A vida pastoral é revestida de
muita responsabilidade e seriedade. Talvez por causa disso o ministério
pastoral seja um ministério que lida com tensões e cobranças quase que o tempo
todo. A responsabilidade de sempre ter uma palavra, um sermão, um aconselhamento
correto, uma oração para fazer em forma de intercessão, um abraço forte, uma
palavra de incentivo (...). Através dessa pequena lista já é possível imaginar
o quanto é tenso o ministério pastoral. Por isso a psicologia ao ser colocada a
serviço tanto do ministério pastoral para auxiliar o próprio pastor quanto para
auxiliar o desenvolvimento do seu próprio ministério, constitui-se numa
ferramenta de ajuda indispensável. Citarei algumas tensões as quais o pastor é
submetido.
1.
O Endeusamento do Pastor. Essa se constitui em uma tensão
absurda! Mas ela é real. O fato é que muitos dentre da igreja, por algum tipo
de carência acaba transferindo para o pastor certas necessidades que apenas
Deus pode supri-las. Até esse momento da relação entre membro e pastor é possível
manter certo controle da situação. No entanto o problema é quando o pastor
tentar de alguma forma encarnar esse deus que as pessoas tanto buscam nele.
Neste ponto a tragédia bate a porta. Aqui o pastor terá que fazer uma opção: ou
ele assume essa posição de deus e alimenta o desejo-transferência da igreja e
fica de bem com todos ou ele não assume isso e compra briga com algumas pessoas
que ainda não cresceram na fé. A psicologia entra aqui, justamente neste
intervalo. Ela fará com que o pastor analise o comportamento das pessoas e o
que estão levando-as a fazerem tal transferência. Mas também o próprio pastor
terá a oportunidade de fazer a sua própria análise ou se preferir ser analisado
com o intuito de saber a que lado ele está mais propenso.
2. O Mau Uso do Poder. Esse é outro ponto de tensão para o pastor. A posição pastoral é uma posição, digamos poderosa, mas poderosa no sentido de lhe conferir autoridade. Aqui a tensão é grande visto que confundir autoridade com autoritarismo é bem frequente. O poder pode ser de qualquer pessoa, mas não é qualquer pessoa que sabe lidar com o poder. Muitos pastores se perdem facilmente neste imenso campo de batalha. É preciso se olhar quando se tem poder. É preciso saber o que se passa por dentro de si quando se tem poder. É preciso, é preciso. O mau uso do poder pode desencadear situações constrangedoras e destrutivas porque o mau uso do poder pode transformar uma simples pessoa em um tirano. A história esta diante de nós e pode nos fornecer vários exemplos: Hitler, Mussolini, Saddam Hussein, Ossama Bin Laden e outros que estão em algum lugar deste planeta fazendo suas maquinações satânicas. Esses são os mais conhecidos da humanidade, mas no meio eclesiástico também existem alguns que possuem pouca habilidade com o poder e acabam criando guerras interiores em seus ministérios e congregações. A psicologia está a serviço de tais pessoas para que elas façam uma autoanálise de seus atos, pensamentos e ideais colocando tudo sob o crivo da Escritura Sagrada que é a Palavra de Deus. Com o poder não se brinca, se trabalha em prol de uma vida sadia para o povo.
É
importante salientar que não existem regras mágicas ou soluções mágicas para
resolver certas tensões. O que acredito que possa existir na verdade, são
precauções que o candidato a pastor ou Pastor já em exercício pode tomar. Por
exemplo.
1.
Antes de assumir uma posição
pastoral observe quais são as suas motivações.
2.
Antes de assumir uma posição
pastoral verifique a sua linha de pensamento e o seu campo de atuação dentro do
ministério pastoral.
3.
Antes de assumir uma posição
pastoral observe como lidar com posições que envolve Poder.
4.
Se for assumir uma posição
pastoral, saiba que vais passar por pressões e tensões. Vai assim mesmo?
5.
Observe se a sua vocação é mesmo
pastoral.
Acredito que essas precauções poderão ajudar bastante à vida do futuro pastor ou do já pastor que está pastoreando.
Como podemos ver, não faltam razões para defender a importância da psicologia para o meio cristão. A questão não é estar a favor da psicologia e contra a fé e nem vice e versa. Defender a importância da psicologia para a igreja é uma questão de saúde emocional e bem estar espiritual. É possível conciliar as duas coisas sem anulá-las.
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