terça-feira, 7 de outubro de 2008

UM POUCO DE ÉTICA NA HOMILÉTICA POR FAVOR!

Meus amigos (a) a coisa a cada dia que se passa acaba ficando mais complicada no que diz respeito a sermões e discursos. Em meu coração penso da seguinte forma: Visto que eu como pregador tenho a obrigação de extrair do texto uma mensagem e de acordo com o texto fazer a transposição do mundo bíblico para o mundo atual, tenho que expor aqui que isso não pode ser feito sem o mínimo de ética. Diante disso falaremos sobre três pontos:

*Homilética tendo como ponto de partida o povo.

Quando se fala de “homilética tendo como ponto de partida o povo” o que existe em nossa mente é por onde o pregador vai começar seu sermão. Qual vai ser sua intenção primordial? O que ele leva em seu coração quando assume a tribuna? Ele vai atender um povo ansioso pra ouvir o que querem ouvir ou ele assumirá a tribuna com o seu próprio coração? Ele entrará na onda do espetáculo do povo ou manterá a sua postura e entregará um sermão pré-agendado ou algo movido e inspirado dentro do seu coração? Vivendo numa sociedade onde o valor econômico às vezes fala mais alto do que os princípios cristãos são extremamente visível que muitas vezes o povo deseja vê o espetáculo do culto na hora da pregação do que a contemplação da beleza divina no discurso bíblico. Sabendo disso, qual será então o ponto de partida do pregador: o espetáculo do povo ou a contemplação da beleza Divina no discurso bíblico?

* Homilética tendo como ponto de partida Edificação da igreja.

O ponto de partida sendo a edificação da igreja oferece uma mensagem mais Divina e conseqüentemente inspirada e menos humana e conseqüentemente menos manipulada. A expressão “mais divina” não quer dizer sem ser humano, apenas com uma visão mais divina da mensagem. O pregador que assume a tribuna com a intenção de Glorifica a Deus e edificar a igreja terá bom êxito em seu sermão. Alimentará um povo e não uma sociedade do espetáculo.

* Homilética tendo como ponto de partida, não o cômodo sermão agradável, mas o incômodo do sermão que desperta.

A homilética não trabalha necessariamente o “agradável”, mas sim com aquilo que incômoda. O sermão tem que ser fruto de movimentação de Deus na vida espiritual do ministrante. Ora, eu não posso me debruçar sobre um texto e me sentir cômodo com ele. Muito pelo contrário! Tal texto tem que mexer com minhas entranhas para que eu possa passá-lo a comunidade. Em minha opinião (só minha, mas se alguém quiser pegar carona, vamos lá) o melhor sermão que um pregador pode pregar é justamente aquele que consegue juntar a arte da poesia com uma exegese bem feita e a unção do Espírito Santo. Também um sermão bem feito colocará junto, tanto a contemplação da beleza de Deus quanto à carência humana dessa beleza. É preciso repetir dizendo que a homilética não está presa a nenhum interesse religioso. Ela é livre!! O sermão também é fruto da meditação, leitura, oração e reflexão. Nenhum pregador que não para pra pensar no que vai falar será bem sucedido naquele que fizer. Repito: o incômodo é melhor do que o cômodo na hora de pregar.



Jeorgino da Silva

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