segunda-feira, 6 de outubro de 2008

A EXPECTATIVA SOBRE O MINISTÉRIO PASTORAL





O que se espera do ministério pastoral? Qual a expectativa das pessoas quanto ao ministério pastoral? Qual é a expectativa dos próprios pastores quanto ao ministério pastoral que está sobre eles? Isso é um assunto muito sério visto que o foco do ministério pastoral antigamente ser “um” e o atual ser “outro”. Quando lemos os evangelhos e fazemos tal pergunta a Jesus, a sua resposta está clara no evangelho de João 21.16 “Pastoreia as minhas ovelhas”. Tudo indica que a expectativa de Jesus com relação à afirmação de Pedro que o amava, era tão somente que o amor confessado de Pedro fosse transformado em atitudes. Jesus espera que os pastores apascentem suas ovelhas e não as tosquiem. Ora, entre apascentar e tosquiar existem diferenças. Alguns pastores, no entanto esqueceram de apascentar e vivem apenas de tosquiar suas ovelhas, mas fazer o quê? elas aceitam. Quando vamos ler as epistolas do apóstolo Paulo, também notamos a expectativa que ele mesmo tinha do ministério que estava sobre ele: “Orai do mesmo modo por mim para que, quando eu falar, seja-me concedido o poder da mensagem, a fim de que, destemidamente, possa revelar o mistério do evangelho” (Ef. 6.19). A expectativa do apóstolo era que a o trabalho de oração da igreja por sua vida, o colocasse numa situação em que ele pudesse revelar o mistério do evangelho à todos que ouvissem a mensagem. Paulo não queria se revelar ou se autopromover. Apenas queria ser instrumento de Deus para a revelação do mistério do evangelho. Basta apenas fazermos uma comparação da expectativa de Paulo, o apóstolo, e as expectativas do ministério pastoral atual para vermos a ponte intransponível entre um e outro. O Apóstolo Paulo, por exemplo, queria ser “digno” do evangelho (Fp. 1:27), mas tudo indica que existe uma turma por aí que deseja que o evangelho seja “digno deles”. O apóstolo Paulo queria combater o bom combate, mas existe uma turma por aí que deseja “destruir os adversários ministeriais”. O apóstolo Paulo desejava que a igreja fosse visitada por Deus para poder crescer tanto na graça como no conhecimento de Cristo Jesus, mas existe uma turma por aí que quer que a igreja cresça de qualquer jeito. Não estou aqui sendo contra igrejas que são grandes ou igrejas que são pequenas, na verdade, estou apenas dizendo que o foco não é o crescimento numérico da igreja apenas que devemos desejar. Muito pelo contrário, devemos desejar e trabalhar para o crescimento da igreja seja através do discipulado. Que expectativa à igreja atual alimenta com relação ao ministério pastoral hoje? O que essa geração sonha? É preciso instigar essa geração! Faze-los falar! A geração atual tem que possuir idéias formadas a respeito dos seus sonhos para o ministério pastoral atual. Quando falo “dessa geração me refiro às igrejas” que estão debaixo do pastoreio de alguém. Essa é uma questão: Qual é a expectativa da igreja. Mais existe outra questão e jugo de bem mais responsabilidade que exigem respostas profundas e não respostas evasivas. A questão é: “Que expectativas nós temos de nós mesmos dentro do ministério pastoral? O apóstolo Paulo tinha expectativas de seu próprio ministério. Ele diz na II Epístola aos Coríntios 4.7: “Temos, porém, esse tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós”. Paulo tinha a expectativa de que o que existia dentro dele deveria ser usado para que Deus fosse glorificado. Ele tinha plena consciência de que o que ele possuía não era dele mesmo, mas de Deus e assim sendo, a Glória também deveria ir para ele. Paulo buscava um ministério que revelasse a glória de Deus aos homens e na verdade o que ele estava tentando fazer era a mesma coisa que Cristo fez. Ora na proporção em que ele (Paulo) escreve as cartas, também tornar-se testemunha visível e vivêncial daquilo que está escrito em romanos 8.29: “... Os predestinou para serem conforme a imagem de seu filho”. Paulo escreveu isso por que vivia isso. Dentre outras coisas o que Paulo realmente queria (expectativa) era que sua vida fosse vivida plenamente de acordo com a imagem de Jesus, pois isso agradava a Deus. Volto a perguntar: “Quais são nossas expectativas?”Na verdade é: “Que intenções caminham pela estrada do nosso coração quando pensamos em ministério pastoral?”. O que mais me impressiona é saber que pouquíssimos pastores fazem esse tipo de indagação à eles mesmos. E o que me deixa estarrecido é que a igreja assiste a tudo isso passivamente. Agora, o que será que torna a igreja tão passiva assim? Por que nos calamos? Por que alguém não grita? Por que será que as ovelhas aceitam essas coisas são questionar? Será que existem respostas? O que as pessoas esperam que sejamos? O que esperamos que sejamos? Não é o que os outros desejam que sejamos, mas o que realmente somos dentro do ministério pastoral. O que somos? Pastores? Vendedores? Animadores de auditório? Afinal de contas: o que realmente eu penso de mim mesmo dentro do ministério pastoral? Tudo indica que a congregação tem um poder enorme de influência sobre os pastores, mas deveria ser o contrário. Discernir quem somos na congregação: essa é a palavra de ordem. Ora, se nós não fizermos isso outras pessoas farão em nosso lugar.


Jeorgino da Silva

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